Caminheiros de Antônio de Pádua: 54 anos de fé, respeito e amor ao próximo

 

Uma celebração simples. Nada de ostentação — um padrão da instituição — mas com muita fé nos orixás venerados na Umbanda e na espiritualidade, o que expressa a tradição do Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua. Foi assim que médiuns da casa e alguns irmãos e irmãs frequentadores festejaram os 54 anos do centro, a partir de 10 de agosto de 1971, quando foi reconhecido como pessoa jurídica, por meio do Diário Oficial da União.

Neste domingo, na comemoração de aniversário foram entoados os principais hinos da casa, pelos médiuns: da Umbanda, dos Caminheiros, de Santo Antônio de Pádua e o ponto do seu Ogum da Floresta. Uma cerimônia muito simples, assim como é casa.

Após a cerimônia de aniversário, ocorreu, às 19h, a prece aos irmãos desencarnados, pausa de descanso dos médiuns e atendimento aos frequentadores.

Durante mais de meio século,  os Caminheiros, fundado por Antônia Lins, é uma referência na afrorreligiosidade na capital da República. A sua principal bandeira é estender a mão a quem busca um lenitivo para suas dores da alma, do coração ou do corpo, sem qualquer distinção: condição socioeconômica, raça, cor, idade ou gênero. 

A gigante guerreira Antônia Lins partiu para o universo espiritual em 21 de agosto de 1987. Ogum da Floresta, que incorporava em dona Antônia era — e ainda é, sem dúvida — fonte e força da organização da casa. Antônia Lins era a expressão humana de fé na força dos orixás. A edificação do centro, uma batalha de titãs, foi um dos legados que ela deixou para todos os irmãos e irmãs da casa, que vem sendo preservado, com muito zelo e dedicação, por sua filha Creusa Lins.

Cada bênção recebida é motivo de expressar gratidão a Zambi (Deus), a Oxalá (Jesus) e a todos da egrégora da casa, sustentada na devoção aos orixás da Umbanda. No centro, todos são recebidos com respeito. Nada se pede, nada se cobra, exceto respeito à prática umbandista. 

Ainda em meados da década de 1970, os Caminheiros abriram mais uma sessão, a Fonte das Rosas Brancas, em sua sede provisória, em sala da Superquadra 408 Norte. Desde então, a Fonte éum espaço de harmonização e cura de distúrbios materiais e espirituais, sempre às quintas-feiras.

Em 20 de dezembro de 1994, o centro fundou a Ação Social Caminheiros de Antônio de Pádua (Ascap), uma instituição laica, para prestar assistência e realizar atividades de promoção social aos segmentos da sociedade em situação de vulnerabilidade socioeconômica. São 31 anos de relevantes serviços prestados às pessoas da periferia de Ceilândia e adjacências.  Desde a sua fundação, a Ascap tem promovido ações nos campos da educação, de combate à fome, à formação profissional, solidárias aos que vivem em situação de rua, entre outras iniciativas aos mais necessitados.

Enfim, o Centro Espírita Caminheiros de Antônio de Pádua e suas demais atividades em Ceilândia buscam dar materialidade à gratidão a Zambi pelas energias que permitem expressar o seu o seu maior objetivo de estender a mão a quem necessita de ajuda para vencer as dificuldades e vicissitudes da vida neste plano terreno.

Salve os Caminheiros de Antônio de Pádua! Paz, fé, esperança, amor ao próximo


SAIBA MAIS:

Reportagem sobre os 50 anos do CECSAP ||   https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2021/08/4941157-centro-espirita-completa-meio-seculo-de-luta-e-acolhimento.html

História dos Caminheiros de Santo Antônio de Pádua || https://oscaminheiros.blogspot.com/p/40-anos-historia-dos-caminheiros.html




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