Umbanda completa 103 anos


 Hoje, 15 de novembro — Dia da Proclamação da República —, a Umbanda completa 103 anos. Nos mais variados terreiros espalhados pelo país a data será comemorada com grandes festas em homenagens aos orixás.
Nesta data, em 1908, o Caboclo Sete Encruzilhadas, incorporado no médium Zélio Fernandino de Moraes, lançou os fundamentos da nova religião, que agregaria os pretos-velhos, os caboclos, as crianças (erês) e outras legiões de espíritos que não tinham espaço nas sessões espíritas, sob orientação kardecista.
Hoje, aos 103 anos, a Umbanda congrega milhares de adeptos no país e também no exterior, que buscam nas energias dos terreiros, no encontro com os caboclos e pretos-velhos o lenitivo para suas angústias.
Ao longo dos anos, a Umbanda incorporou elementos de diferentes religiões. Assim, embora suas bases tenham sido lançadas no Bairro das Neves, no município de São Gonçalo, Niterói (RJ), a Umbanda não deixa de ser uma religião de matriz africana, pois uma das suas principais características é o culto aos orixás cujas lendas chegaram ao Brasil por meio dos negros escravos.
Amanhã (16/11), a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro fará uma sessão especial para homenagear a Umbanda e a todos aqueles que fazem dessa religião um ícone da resistência por mais de um século. Recentemente (em 5 de outubro), os umbandistas sofreram mais uma violenta agressão na terra onde nasceu. (Leia carta dos Caminheiros à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro http://oscaminheiros.blogspot.com/2011/10/103-anos-da-umbanda-carta-ao-deputado.html)


A casa que abrigou a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, onde o Caboclo Sete Encruzilhadas lançou sua mensagem de criação da Umbanda, foi demolida. Ainda hoje, os terreiros são alvo da violência dos neopentecostais, que ignoram a legislação e a pluralidade religiosa existente no país. As autoridades pouco fazem para coibir a onda de violência que se alastra pelo país, como uma cruzada insana e selvagem dos evangélicos neopentecostais, inimigos não só dos umbandistas, mas, sobretudo, da democracia.
Ao completar 103 anos, a Umbanda se coloca no panteão da religiosidade como libertária, sem preconceitos com quaisquer outras formas de expressão de fé.
Salve a Umbanda e todos os umbandistas do mundo.

Comentários

Unknown disse…
derrubar a casa matéria mais ñ derruba a espiritualidade da umbanda

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