Alguns adágios e suas explicações

Por Robson Nogueira

Saudações!
Prezados irmãos!

Quem não conhece o ditado:
DE MÉDICO E LOUCO CADA
UM TEM UM POUCO!
Partindo dessa premissa, do antigo "jeitinho" que o brasileiro aprendeu a praticar tão bem e dos efeitos da famosa frase, "O negócio é levar vantagem em tudo", é que vemos tantas divergências e polêmicas dentro da prática da Umbanda.
Qual brasileiro não se sente médico ao receitar, a torto e a direito, remédios para os males dos amigos e familiares? Qual o brasileiro não se sente à altura de escalar a seleção brasileira mais capaz de levantar os títulos mundiais? Qual o brasileiro que não se sinta muito à vontade para julgar e condenar seu semelhante baseado nas leis que ele julga conhecer?
No que tange às religiões espíritas afros-descendentes existem irmãos que mesmo sem nunca terem pisado num terreiro, ou mesmo que já pratiquem a religião, mas em níveis de iniciantes, se acham capazes de formular idéias, criar sistemas, definir rezas e simpatias, alguns receitam até remédios, baseados em seus "achimos"ou suposições sobre suas próprias condições mediúnicas, nem sempre tão desenvolvidas ou, ao menos, confirmadas. Misturam idéias e as proclamam como fundamentos como se unissem um retalho a outro na confecção de uma linda colcha ornamental.
Negam-se fundamentos e determinações doutrinárias baseados em sentimentos pessoais e, até mesmo, infelizmente, interesses comerciais ou políticos.
Tenho escutado verdadeiros "prodígios" acerca da prática desse ou daquele fundamento, conhecimento ou definições religiosas. Seguem alguns temas e frases justificativas:
"Sobre ser praticante de uma religião sem aceitar ou praticar todos os fundamentos previstos em seus alfarrábios":
- Não preciso seguir qualquer determinação da doutrina para me considerar um praticante, o importante é o que eu sinto no coração.
"Sobre tratar determinada Entidade pelo título merecido ou hierarquicamente superior":
- Não me interessa o que pensam sobre a Entidade, trato-a como quero e ainda acho que é melhor fazer isso que aceitar que ela tenha, ou tenha tido características, com as quais não concordo.
"Sobre afirmar que determinadas considerações não fazem parte efetivamente de uma doutrina ou religião":
- Para mim o que interessa é o que eu penso, o que sinto ou o que eu acho que deva fazer. Se para isso eu precisar unir, fundir, juntar ou separar concepções o farei, pois, o que me importa é como me sinto quando pratico o que considero a minha religião e não o que qualquer um possa pensar.
É visível que cada uma das respostas demonstra sentimento pessoal vaidoso, prepotência, audácia e egoísmo ao pretenderem criar suas próprias práticas ou o seus próprios entendimentos, numa clara demonstração de falta de humildade, de boa vontade e de boa intenção. Quem pensa assim não tem interesse em praticar uma religião, mas apenas consorciar-se a forças mágicas capazes de ajudá-lo a alcançar tudo que considera merecedor.
Infelizmente, enquanto tudo está dando certo é esse tipo de informação que é passada para os neófitos, os curiosos ou apenas aproveitadores do momento como se fossem efetivamente verdades. Ora, se para seu "mestre" tudo está dando certo, então é assim que se deve praticar a religião. Podemos comparar esse tipo de transmissão de informações como a transmissão de um vírus com latência longa. Somente quando as coisas piorarem para um ou para outro é que perceberão quão errado estiveram ao longo de suas vidas e apenas por vaidade.
Então procurarão as práticas efetivas, aquelas estabelecidas sob as bases concretas da integração, da entrega, da dedicação, do aprendizado constante e da humildade. Bases que firmam efetivamente o pé no chão e a cabeça na religião.
É quando outros adágios populares entram em cena!

ALGUNS VÊM PELO AMOR, OUTROS PELA DOR!
É uma pena que precise ser assim, é um desperdício de energias ser necessário primeiro serem machucados, depois serem fortalecidos, para somente depois é que venham efetivamente ajudar e fortalecer alguém. Se houvesse sempre uma visão de integração e boa vontade para com o próximo, entenderiam que todos somos elementos mínimos nessa cadeia de evolução e como tal deveríamos nos portar. Ser humilde não é ser subserviente, mas para evoluirmos é preciso que nos entreguemos de corpo e alma ao trabalho visando o próximo, mas para isso é preciso nos aceitarmos exatamente como somos, nem um centímetro a mais.
Que Oxalá nos abençoe e nos permita alcançarmos o crescimento a cada instante.

Comentários

Unknown disse…
Agradecemos a Deus a Santo Antonio de Pádua e a fundadora dos Caminheiros ANTONIA LINS. por esta oportunidade única especial, privilegiada de termos uma casa de tão grandiosa força espiritual.
O maior objetivo dos Mentores com certeza é: Renovar a cada amanhecer o número de irmãos a serem ajudados a cumprir sua missão espiritual, nossa casa quer semear as sementes que pedem os mentores, todos os irmãos da casa são instrumentos, canais deste imenso e gratificante plantio.
Parabéns pelas estrelas semeadas neste SITE.
Que a força dos Orixás os cunduza sempre, a cada passo.
Anônimo disse…
Infelizmente não estamos muitas vezes satisfeitos com isso.Por muitas vezes somos colocados no espiritismo por forças maiores por querencia que não são nossas, claro que esse nao é o meu caso, nasci para ser umbandista, ando meio dispersa, mas ainda o serei até o dia que meu pai Oxalá decidir. Espero que este texto abra a mente de muitos, inclusive dos caminheiros que infelizmente foram trazidos até este templo pela dor.

Postagens mais visitadas deste blog

A diferença entre incorporação na umbanda e transe de orixá

Salmo 23 na versão da Umbanda

O fundamento da casinha de Exu