Festa de Cosme e Damião: dia de gratidão, festa e doces

Ontem (27/9) foi um dia agitado — muito suor e alegria — nos Caminheiros de Santo Antônio de Pádua. Desde a manhã, crianças e jovens bateram à porta da nossa casa e perguntavam sobre os doces, que são distribuídos em 27 de setembro, dia de festejar e homenagear Cosme e Damião. Avisamos que neste domingo (28/9), o centro festejaria os gêmeos romanos, médicos protetores das crianças e também dos adultos, como ocorre há 54 anos.

Um pequeno grupo de médiuns dedicou-se, no início da noite, ao preparo do salão para a festa de São Cosme e Damião. Neste ano, a decoração ganhou uma cortina, com cores combinadas com a toalha de usada em 2024, e que traduz os tons que lembram a maioria dos orixás e aos quais as crianças, assim como chamamos na Umbanda, são reconhecidas em outras vertentes da afro-religiosidade: erês, vunji, ibeji.

No cristianismo, a história conta-nos que os gêmeos Cosme e Damião tornaram-se médicos e tinham o dom de produzir milagres na cura de crianças e adultos, no século IV, algo que incomodava o imperador romano Diocleciano, inimigo dos cristãos e defensor do  politeísmo. Para pôr fim à fama dos gêmeos, Diocleciano os condenou cruelmente à morte e os gêmeos tiveram a cabeça decepada no ano 303. No ano 787 d.C, durante o Segundo Concílio de Nicéia, na Turquia, a Igreja Católica cananizou  Cosme e Damião como santos. 

Cosme e Damião chegam à Umbanda e às demais vertentes afro-religiosas por meio do sincretismo religioso, um recurso usado pelos povos negros sequestrados e escravizados pelos colonizadores do Brasil, cujas práticas de fé eram condenadas no país. Para o povo negro e afro-religioso, eles  são espíritos ou energia duplicados, protetores da infância e da alegria. 

Como bem nos ensinou Ogum da Floresta, mentor espiritual da fundadora dos Caminheiros de Santo Antônio de Pádua, Antônia Lins, as crianças do universo espiritual são poderosas, pois transitam em qualquer lugar e são capazes de fazer o que reconhecemos como milagres. Eis o motivo de todas as entidades da casa oferecerem balas aos que aqui chegam em busca de um lenitivo para suas dores ou em busca de boas energias para superar as dificuldades próprias deste plano material. 

Assim, desejamos a todos e todas que seus dias sejam abençoados, doces, felizes, plenos de paz, saúde e alegrias. Expressamos ainda a nossa gratidão a Zambi, a todos os erês, a todos os orixás e a todas as entidades da egrégora desta casa que nos acolhem e nos abençoam. 

Hoje é dia de festa e compartilhamos com todos a alegria de sermos caminheiros umbandistas.

Salve os ibejis!








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