Compromisso, fé e paciência

Congá dos Caminheiros de Santo Antônio de Pádua

 Médiuns novos são plenos de ansiedade. Querem, de uma só vez, conhecer tudo que acontece na Umbanda. Tudo mesmo. Desde como lidar com Exú, sobre o qual rondam muitas fantasias, como saudar os orixás, quais pontos devem ser cantados e em quais momentos, o significado de cada um deles e, principalmente, saber qual o orixá de frente ou dono da sua cabeça. 

Os novatos esquecem que tudo acontece no seu tempo. O primeiro passo foi decidir e assumir a mediunidade. Ou seja, buscar e achar uma casa umbandista para o seu desenvolvimento e assumir, com lealdade, o compromisso com a espiritualidade. Enfim, colocar-se como instrumento das entidades espirituais que necessitam de um corpo, mente e coração para trazer suas mensagens aos encarnados. 
"Eu sou filho ou filha de quem?" — é a primeira pergunta da maioria dos iniciantes.

"Calma", recomendam os mais velhos. Na maioria das casas de Umbanda, não há consulta aos oráculos (búzios, runas, leitura de mãos, a quiromancia e outros) para identificar o orixá de frente e seus adjuntos (juntó). É assim nos Caminheiros de Santo Antônio de Pádua, onde, em um determinado tempo, o guia (entidade de frente) se apresenta, diz a qual falange dos orixás ele pertence, o seu nome e com quais outros mentores de orixás ele trabalha (os adjuntos ou juntós). 

Tudo isso ocorre no tempo da espiritualidade, e não no que desejamos. É preciso paciência, fé e assiduídade no terreiro. Vale lembrar que não nascemos sabendo ler... Nosso aprendizado na vida se dá por etapas ao longo dos anos. Essa dica vale diante da nossa decisão de nos dedicarmos à Umbanda e a aceitamos como ventre para nascer e dialogar com espiritualidade. 

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