Os Caminheiros festejam 52 anos
Nesta quinta-feira,10 de agosto, o Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua completou 52 anos. Embora tivesse nascido antes, foi nessa data, em 1971, que passou a ser reconhecido como pessoa jurídica, com a publicação do seu primeiro estatuto no Diário Oficial da União, sob o registro nº 333 — era a certidão de nascimento.
Hoje, quando homenageamos o nascimento dos Caminheiros — nome usado como referência ao centro —, estamos, ao mesmo tempo, reverenciando a sua fundadora, Antônia Lins, exemplo de fé, fibra e coragem. Apesar de todos os percalços, ela levou adiante sua missão e edificou a instituição. Médium do guia-chefe da Casa, Ogum da Floresta, dona Antônia, construiu pilares fortes e profundos, com seus ensinamentos sobre Umbanda e, sobretudo, o respeito a todos e qualquer irmão, fosse ele encarnado ou enviado pela espiritualidade. As portas sempre estiveram abertas para todos.
É fácil compreender o motivo de dona Antônia ter plantado uma muda de aroeira na frente do centro, logo depois da casa estar construída. Uma árvore sagrada, de raízes profundas e tronco irremovível, com frutos delicados, que suporta o bom e o mau tempo, a chuva torrencial ou o sol escaldante, sem se curvar. Mantém-se firme na missão de dar sombra e proteção, sem barganhar nada em troca. Assim, devem ser a fé e a dedicação de um caminheiro umbandista.
Em mais de cinco décadas, os Caminheiros enfrentaram grandes desafios. Não foi uma trajetória fácil para que hoje tenhamos um espaço bonito e acolhedor para receber os que chegam. Uma caminhada de aprendizado, colocou a prova a nossa fé em Zambi, nos Orixás e nas entidades de Umbanda — os caboclos, os pretos e pretas velhos, as mães das águas e dos ventos, os ibejis (crianças), os exus e as pombojilas.
Na prática da Umbanda nos Caminheiros, prevalecem a fé em Zambi (Deus) e na espiritualidade. O acolhimento generoso vale para qualquer pessoa, sem preconceito nem arrogância. Todos são sagrados, ainda que tenham cometido muitos erros — pois quem não erra? É preciso compreender a dor do outro e — por que não? — seus defeitos, provavelmente, adquiridos ante as dificuldades do viver em um mundo tão materializado, agressivo, violento em que os iguais não se reconhecem e se agridem. Assim como eles, todos estão aqui de passagem e em busca de aprimoramento, como ensinam os caboclos e pretos velhos. Burilar a alma não é fácil, exige dedicação e, muitas vezes, sacrifícios que nos faz supor que somos incapazes de superar.
Os Caminheiros não é uma casa de milagres. Mas oferece e renova energias para que consiga-se contornar as dificuldades inerentes ao viver neste mundo. Consola-nos nas frustrações e nos ergue para tentar vencer nossas naturais limitações. Lá, estão as entidades espirituais que nos ouvem, nos aconselham e nos energizam para seguirmos em frente.
Nada é cobrado. Mas a recompensa chega quando ouve-se: "Vim aqui para agradecer a graça recebida" ou "Deu tudo certo, como o senhor disse" — este senhor é um caboclo ou um preto velho. E é nesses momentos que não há outra palavra a dizer a não ser gratidão. Gratidão pelos Caminheiros existir e nos proporcionar como vitória o sorriso emocionado de alguém que reconhece a casa como um espaço de bênçãos. É o momento de pedir a Zambi que sigamos caminhando e ouvindo sempre palavras de agradecimentos, que fortalecem a nossa fé e nos estimulam a praticar, desinteressadamente, a Umbanda.
Viva os Caminheiros!
Quem venham mais 50 anos!
Viva Santo Antônio de Pádua
Viva todos os orixás!
Louvado seja Zambi!
Comentários
Parabéns aos caminheiros. Nossa casa amada,nosso refúgio e Fortalecimento nos nos momentos de dor e fragilidades.
Agradecemos aos que fazem tudo acontecer.
A espiritualidade deixo tudo,meus agradecimentos,meu pedido de perdão,meu amor e com a certeza de que eles vão continuar sempre a frente da nossa casa
Gratidão sempre.