27 de setembro: homenagem singela às crianças de Cosme e Damião
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Momento da prece pela dirigente espiritual dos Caminheiros, Creusa Lins |
Domingo, 27 de setembro. Não é um dia como outro qualquer.
Para os umbandistas, é dia de festejar Cosme e Damião, a egrégora espiritual
formada por todas as crianças que chegam aos terreiros com as energias da alegria,
da inocência, da pureza e da generosidade.
Pela primeira vez, em 49 anos de existência, a tradicional
festa do Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua não ocorreu. A homenagem
às crianças (ibejis ou erês) não teve bolos, balões coloridos e muitas outras guloseimas.
Mas os médiuns da casa se uniram para uma belíssima prece. Não faltaram balas e
pirulitos. A cesta de oferendas às crianças também estava lá, aos pés das
imagens Cosme e Damião.
Em seguida, cada um incorporou seu erê e seus mentores espirituais.
Foi um ritual muito singelo, mas profundamente lindo, em que a expressão de fé
e de carinho pela falange das crianças estava em cada olhar e em cada gesto.
Há poucos dias, recebemos uma bela mensagem sobre as
crianças do plano espiritual. Compartilhamos este texto com você para reflexão
e alinhamento com essa falange tão linda e poderosa como é a das crianças:
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Encerramento pela médium Balbina Rodrigues |
Uma vez, a Rosinha — criança de uma médium da casa - desceu
muito triste porque não tinha nada dela. Meu filho pegou uma florzinha do altar
e disse que estava dando pra ela de presente. Imediatamente ela sorriu e nem
ligou que suas coisas não estavam lá — quando ela fez isso me ensinou a perdoar
e a seguir em frente com o coração livre de mágoas.
Em outro caso, Mariazinha da Cachoeira estava sem o arquinho
que ela gosta. Prontamente comeu uma fatia de melão, deixou a casca, e fingiu
que a casca do melão era seu arquinho — quando ela fez isso me ensinou que
quando Deus fecha uma porta ele sempre abre uma janela.
Certa vez, Rutinha, criança de outra médium da casa, desceu
no terreiro ansiosa. Fiquei um tempo sem entender o que tanto ela desejava lá
fora — até que descobri: uma médium que estava ausente há muito tempo tinha
acabado de chegar na assistência. A Rutinha estava chorando de emoção — quando
ela fez isso me ensinou que o amor ultrapassa qualquer barreira.
A Aninha tinha o prato recheado de doces que ganhou, quando
viu que a outra criança não tinha nada, dividiu todos os seus doces — quando
ela fez isso me ensinou que alegria compartilhada vale o dobro.
O gatinho do vizinho quebrou a pata, levamos ao veterinário
e o caso era cirúrgico. Ele foi medicado e a veterinária disse que ele nunca
mais andaria normalmente. Minha criança " brincando" com ele disse
que ele estava curado. Na semana seguinte ele já andava normalmente — quando
ela fez isso me ensinou que a fé faz milagres acontecerem.
Tenho muitos relatos do que as crianças já realizaram em
minha vida - acredito que na vocês também.
Costumo dizer que a beleza da nossa religião está em ter a
sensibilidade para observar os pequenos detalhes — porque até neles há
ensinamento.
E meu desejo para setembro é que você se infantilize.
Que desfaça do nosso orgulho bobo que a vida adulta nos
empurra constantemente — e que não serve pra nada viu? É perder tempo.
Que acredite mais. Que arrisque mais. Que tenha coragem de
começar algo novo...
Que ame de novo, tente de novo, que não se contente com
pouco, que saía da zona de conforto e vá em busca da sua felicidade.
E se por ventura algo lhe ferir, que não se esqueça de um
grande ensinamento: criança rala o joelho, mas continua brincando rs
Com doçura!
Mãe Emmanuelle
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