Nanã Buruque: a senhora da transformação e do tempo



O dia de Nanã Buruque é comemorado em 26 de julho pela Umbanda. No mesmo dia, comemora-se, na Igreja Católica, o dia de Santa Ana, padroeira dos avós. Não se trata de uma mera coincidência. As duas personalidades estão intimamente ligadas, apesar de terem sentido e significados distintos dentro de cada uma dessas religiões. Por isso, conheça agora a história de Nanã Buruque.

O mês de julho é ligado a Nanã, a Senhora dos mortos, a senhora da transformação, sendo assim segue abaixo um texto muito interessante sobre a morte:

Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas há ausência de vida e isso é um erro. Existem outros tipos de morte e precisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação.Não existe planta sem a morte da semente, nem do embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta. A morte nada mais é do que o ponto de partida para algo novo. A fronteira entre o passado e o futuro.
Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.
Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você, o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar, o suficiente para ser aprovado.
Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, exigente, imaturo, egoísta que pensa que pode fazer tudo sozinho, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém.
Quer ter boas amizades? Então mate dentro de si a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate o desejo de manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos, colegas de trabalho, e vizinhos.
Enfim todo o processo de evolução exige que matemos o nosso “eu” passado inferior.
E qual o risco de agirmos assim?
O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo nossa felicidade, e por fim prejudicando o nosso sucesso.
Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram não se projetam para o que necessitam ou desejamos ser.
Elas querem uma nova vida, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam. Acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos, adultos infantilizados.
Podemos até agir, às vezes como crianças, e mantermos as virtudes destas, tais como: brincadeiras, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, pureza etc. Porém agir sempre com equilíbrio.
Quer ser alguém melhor, evoluído e vitorioso? Então, precisas matar em si, o egoísmo, o egocentrismo, para que surja um novo ser. Pense nisso e morra, mas, não se esqueça de renascer melhor ainda. O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Que Oxalá nos abençoe sempre!
Saluba Nanã!

No dia 26 de julho a Umbanda celebra o Dia de Nanã Buruquê, sincretizada em Santa Ana, mãe de Maria e avó de Jesus. Nanã é considerada a mais velha dos Orixás das águas. Seus domínios são o encontro entre a água e a terra, na formação do barro, matéria-prima da criação do ser humano, segundo a mitologia yorubá.
Diz a lenda que Oxalá, em suas tentativas de criar o homem, usou de todos os recursos existentes na Natureza à época da criação. Usou do fogo, da água, do ar, do vinho de palma, do azeite e não obteve êxito.
Quando Nanã se apresentou, da sua manifestação se obteve a lama e, dessa matéria enfim, Oxalá conseguiu moldar as criaturas e assim terminar a criação. Assim sendo, todos nós somos a força de Nanã e o sopro divino de Oxalá. Viemos da Terra, somos e seremos uma constante mistura de água, terra e sais, por isso da Terra viemos e para Terra retornaremos. Por isso, Nanã representa o começo e o fim, a vida e a morte de todos nós. Por ser a mais velha dos orixás e carinhosamente ser conhecida como nossa vovó na Umbanda, encontramos algumas características na sua manifestação nos filhos de fé que vibram com ela curvados, com movimentos circulares de mãos.
Ao comemorarmos esse tão lindo Orixá, pedimos o amor maternal, a entrega e doação constantes da generosa mistura terra e água na confecção de tão importantes elementos como o barro que gera nossas louças e irriga as grandes plantações proporcionando a mesa farta de alimento. Nanã é uma mãe generosa e está sempre a amparar seus filhos e ao contrário do que se prega, sua referência é a da transformação, acompanhando a de seu filho Obaluaiê, pois tudo começa e termina no ciclo de energia desses tão poderosos e respeitados orixás dentro de nossa religião. Peça a Mãe Nanã sabedoria, paciência e o amor misericordioso que só uma Mãe sabe dar!

Saudação: "Saluba"
Cores: Roxo ou Lilás na Umbanda
Sincretismo/Dia: Santa Ana – 26 de julho
Dia da Semana: Segunda-feira
Salubá Nanã. Salve Senhora Santa Ana!      

Fonte: Amigos do Batuque | Música: Ponto de Nanã, Mariene de Castro     

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