Março é mês da mulher, força agregadora na Umbanda




Março bate à porta.“São as águas de março fechando o verão, é a promessa de vida no seu coração”, escreveu e cantou o poeta e compositor Antônio Carlos Jobim. O terceiro mês do ano chega com a esperança de mais vida, sobretudo para as mulheres que têm sido vítimas de todas as formas de discriminação e preconceito. Elas têm sido inferiorizadas e depreciadas pelo universo masculino, que, culturalmente, foi, por séculos, educado de forma equivocada. A supremacia do homem não passa de ficção. Uma deformidade da educação e da cultura, devido à força física deles em oposição à meiguice da mulher.

A humanidade não existiria sem mulher, cujo ventre gera a vida e perpetua a espécie. É dos seios da mulher que sai o primeiro alimento seja para homens seja para aquelas que são indispensáveis ao ciclo da vida. Março é o mês da mulher. No dia 8 deste mês, celebra-se o Dia Internacional da Mulher. A data é um marco para induzir todos e todas à reflexão sobre o papel feminino nas sociedades — todas as formas de organização das populações, independentemente da origem étnica, cultural ou religiosa.  Mas é dia também de reafirmar e exigir direitos que são negados às mulheres. 

É tempo de cobrar menos violência, que tem se elevado pelo hediondo machismo, que coloca a mulher como objeto de propriedade do homem e que, erroneamente, lhe atribui o direito de decidir pela vida e pela morte da companheira. É tempo de maior sororidade entre todas as mulheres.

Mulher e fé umbandista

Na Umbanda e nas religiões afro-brasileiras, as mulheres têm relevante papel nas diferentes formas de dialogar com o sagrado. O Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua foi fundado por uma mulher — Antônia Lins —, que dignificou a sua missão com médium umbandista e transformou em realidade a orientação e desejo das entidades da Aruanda, representadas pelo seu mentor Ogum da Floresta, guia-chefe da casa. Este ano, voltamos a homenagear a fundadora dos Caminheiros e todas as mulheres de fé e as que não tem fé, mas dignificam o feminino.

Mas não só Antônia Lins estabeleceu um marco e deu enorme contribuição à difusão da Umbanda, pela sua inabalável fé na força e na bondade de Zambi e dos orixás. Em seus 112 anos (a completar em 15 de novembro de 2), a Umbanda contou com a força feminina para se colocar como prática religiosa no Brasil e no exterior. O feminino tem sido maioria nas casas umbandistas. É a essência maternal de Iemanjá que acolhe filhos de todas as origens, confissões de fé, raça/cor, orientação sexual, e busca ressaltar as virtudes de cada um. A Umbanda é agregadora e objetiva colaborar para a evolução e o bem-estar espiritual de cada irmão ou irmã, sem preconceito.

Salve o 8 de março, Dia Internacional da Mulher!
Salve todas as mulheres da Umbanda!
Salve as mulheres de todas as origens, raças e credos!

(Abaixo a agenda de atividades dos Caminheiros em março de 2020. Neste ano, o calendário de ações será publicado a cada mês. Você pode conferir aqui.)





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