Carnaval: Não tropece na serpentina

Estamos às vésperas do carnaval, a maior festa pagã do país e que atrai pessoas de quase todos os continentes. A Umbanda e a maioria dos cultos de matriz africana não fazem restrições aos adeptos que gostam da folia de Momo. Nos Caminheiros de Santo Antônio de Pádua não haverá atendimento no domingo. Na quarta-feira de cinzas, o atendimento será normal.

Para os médiuns e adeptos, a recomendação é que o bom senso prevaleça como em tudo na vida. Embora a folia seja regada com muita bebida, e a maioria entenda que o momento é  de extravasar suas emoções, é preciso saber medir a dose. Ingerir bebidas alcoólicas em excesso pode provocar danos ao corpo ou retirar a consciência sobre as atitudes. E aí, a perda de domínio das atitudes pode criar mais problemas e transformar a alegria em tristeza.

Há quem garanta que, durante o carnaval, a “bruxa está solta”. Até pode ser, por meio das fantasias, que trazem à realidade essa figura do universo da fantasia, associada a atitudes negativas. Há também quem acredita que os médiuns estão expostos à ação dos espíritos menos esclarecidos, os quiumbas e outros. Será mesmo? E no período que não há carnaval, eles deixariam de existir?  Isso parece ser um mito ou aquela estratégia de conter as pessoas por meio do medo de se expor a algo tido como muito perigoso.

Não é bem assim. Os guias e mentores espirituais nos acompanham em todos os momentos, independentemente de ser carnaval. Ficamos expostos às energias negativas quando criamos condições adversas para nós mesmos. Quando não conseguimos conter a raiva, damos ouvidos e revidamos agressões, deixamos ser tomados por pensamentos ruins. Ah! Nesses casos, caímos na folia da tristeza, da amargura, da violência... E as consequências são imprevisíveis.

Quem é folião procura brincar de forma sadia, não aceita provocações e busca bons espaços para “soltar os bichos”. Folião que se preza não se enrosca na serpentina nem deixa o confete turvar sua visão. Sabe que máscara é só um adorno. Cai na farra sem exageros, com moderação. Dançar e cantar com alegria, pois o carnaval só dura três dias.  Há 362 outros para tocar a vida, e ela deve ser levada da melhor forma possível, mesmo na adversidade.

Feliz carnaval pra você. Divirta-se, pois na quarta-feira já não mais fantasia.
 É hora de voltar ao batente. E as atividades materiais e deveres espirituais nos esperam. 

Comentários

Unknown disse…
Bom senso e moderação são as palavras chave para o carnaval!

Postagens mais visitadas deste blog

A diferença entre incorporação na umbanda e transe de orixá

Salmo 23 na versão da Umbanda

O fundamento da casinha de Exu