Crise? Que crise? Somos umbandistas


Amanhã (31), daremos adeus a mais um janeiro. Há dois anos ouvimos todos os dias a palavra "crise". Estamos todos em crise — cada cidadão e o país. O desemprego afeta a mais de 12 milhões de brasileiros, culpa da crise. Adiamos sonhos de consumo e a crise é a responsável. Aquelas merecidas férias, após 365 dias de trabalho exaustivo, de aguentar o chefe mal humorado, o colega chato, também ficaram restritas ao não ir ao emprego... Viagem? Nem pensar. Parece que tudo que desejamos ou dávamos como certo, não nos pertence mais.

Mas nem tudo está perdido. Agora mesmo, você está lendo este texto e nem se dá conta do que essa simples atitude representa. E, olha que não é pouca coisa: os olhos estão perfeitos; temos acesso a um computador; fomos alfabetizados; e temos controle absoluto (ou quase) da nossa faculdade mental.  Vamos ficar por aqui...

Só essa pequena lista é motivo de agradecermos a vida que Zambi nos concedeu. Ela significa que estamos aptos a virar o jogo, a dar a volta por cima e colocar a crise na dimensão que ela merece.
Janeiro, parece, passou rápido. E foi um mês lindo. Tivemos a oportunidade, na despedida de 2016, de saudar Iemanjá, ainda que tenha sido no Lago Paranoá e não no mar. Mas como todas as águas desembocam no oceano, nossas oferendas de gratidão à grande mãe, com certeza, chegaram lá, no seu grande reino.

Em seguida, saudamos Oxóssi, o senhor das matas, das florestas, da fartura, que, com muita generosidade, nos oferta o alimento para fortalecer nosso corpo material e nos unge com bênçãos que alimentam o espírito e a fé.

Crise mesmo enfrentam aqueles que não têm a alegria diária de viver a Umbanda e ver em cada ponto da natureza uma energia divina, representada pela regência dos orixás. Nós umbandistas, apesar de todo o preconceito e agressões dos fundamentalistas, temos muito mais a agradecer do que reclamar. Afinal de contas, temos energia, forças e bênçãos para suportarmos a crise, que muitos usam para camuflar suas imperfeições.
Nós umbandistas, aprendemos com o limão degustar uma saborosa limonada. Somos inspirados pela espiritualidade e conseguimos contornar as adversidades.  Que venha o fevereiro. Estamos prontos.

 No dia 2, não podemos esquecer-nos de voltar nossos pensamentos e ofertar o que há de melhor no nosso coração à mãe Iemanjá. É ela que nos coloca no colo e acalenta nossa alma, lava nossas mazelas e nos dá energia para seguir em frente.

Que a semana que começa seja recomeço e a vivência de dias mais alegres, com ou sem crise. Que Zambi nos abençoe e nos faça fortes para enfrentar as crises.

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