Show na Praça dos Orixás provoca polêmica


Praça dos Orixás, às margens do Lago Paranoá, deverá ser
cenário para show de artistas baianos

 O anúncio do show Oxalá Brasília, dos artistas baianos Durval Lelys e Jaú, na Praça dos Orixás, no próximo domingo (8/6), às 17h, abriu uma grande polêmica entre os praticantes e adeptos da aforreligiosidade. Indiscutivelmente, a questão é delicada. Embutida está uma associação entre a terra de origem dos cantores, a Bahia, reconhecida pela expressiva densidade de casas, e o espaço referência ao sagrado das religiões de matriz africana na capital do país.

A Bahia ainda tem outra singularidade: na capital, Salvador, existem 365 igrejas católicas, um para cada dia do ano. Brasília não tem tantos templos católicos. Mas, como na Bahia, conta com várias igrejas católicas que são cartões-postais, como a Catedral Metropolitana, o Santuário Dom Bosco, a Igrejinha de Fátima (308 Sul), a Ermida Bom Bosco (Lago Sul).

Assim, emerge, naturalmente, pelo menos uma questão: diante dos pontos comuns entre Brasília e Salvador, relevadas as devidas proporções, seria aceitável a realização do espetáculo da dupla na área de um santuário católico? Como reagiriam os seguidores de Roma?

Embora não tenha sido plantado nenhum fundamento ― um dos argumentos daqueles que não opõem ao espetáculo ―, o fato de a praça receber tantas celebrações, ao longo de mais de mais de duas ou três décadas, isso não a torna um reduto sagrado à afrorreligiosidade?

A música, em si, não significa a profanação de nenhum espaço. Ao contrário, quase sempre é um bálsamo para a alma. Então, por que o espetáculo não pode ser em outros espaços, quando há tantas opções na capital da República? É essencial que seja somente na Praça dos Orixás?


Qual é a sua opinião sobre o assunto? Deixe seu ponto de vista, no espaço abaixo destinado a comentário.

Comentários

Ògan Luiz Alves disse…
Enquanto afro religioso discordo de tal festa na Praça dos Orixás. Ògan Luiz Alves
creusa lins disse…
Aonde está a Federação que se diz representante do nosso segmento. Enquanto não tivermos uma instituição que se posicione com firmeza em situações como esta, continuaremos à margem dos acontecimentos que ferem a nossa dignidade.

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