Câmara oficializará frente de apoio às comunidades de terreiro
Agressões de juiz desencadeiam iniciativas favoráveis à Umbanda e ao
Candomblé. Federação Espírita Brasileira divulga nota de apoio aos
umbandistas e candomblecistas
O juiz da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, catalisou um fenômeno muito positivo ao afirmar que a Umbanda e o Candomblé não são religiões. Ele conseguiu unir essas vertentes da afrorreligiosidade e ampliar o apoio ao movimento contra a intolerância religiosa. No último dia 21 (quarta-feira), a Federação Espírita Brasileira (FEB) divulgou nota de apoio às religiões de matrizes africanas, “em especial ao Candomblé e Umbanda, no reconhecimento de suas características religiosas e na necessidade de respeito à diversidade religiosa pelos poderes constituídos no dever de garantia da laicidade do Estado”.
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A FEB alerta ainda que “em um momento que as diversas expressões religiosas se unem para ao diálogo contra a intolerância, imprescindível se faz o repúdio às ações discriminatórias que ofendem os direitos humanos gerando preconceito e fanatismo”.
Mas as reações às palavras infundadas do magistrado não pararam aí. No próximo dia 27, será oficializada a Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Tradicionais de Terreiros. A cerimônia será às 16h no hall da taquigrafia, do anexo 2 da Câmara dos Deputados.
A criação da frente foi uma iniciativa da deputada Érika Kokay (PT-DF), que esbarrou em muitos obstáculos impostos pela bancada evangélica, formada, em grande parte, por deputados neopentecostais, e apoiada pelos ruralistas. Agora, finalmente, o movimento será reconhecido pela Câmara dos Deputados.
Os neopentecostais, estimulados por líderes da Igreja Universal do Reino de Deus e outras congêneres, são os que veiculam vídeos satanizando a Umbanda e Candomblé, incitam os vandalismo contra os terreiros e as agressões aos umbandistas e candomblecistas. A indiferença das autoridades, tanto da segurança pública quanto do Judiciário, tem sido um estímulo à cruzada dos evangélicos fundamentalistas contra religiões afro-brasileiras. O desrespeito à Constituição Federal e a outras normas legais é cristalino, mas, ainda assim, o poder público nada faz para coibir a saga insana dos que usam a Bíblia como instrumento bélico.
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