Hoje é dia de festa: Salve Ogum!

Hoje é dia de festa no Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua. A casa vai homenagear, a partir das 19h30, o grande guerreiro Ogum, o senhor das guerras e dos metais. Destemido, estrategista, vitorioso das grandes batalhas e defensor dos oprimidos, Ogum é o protetor das casas, dos templos e dos caminhos. Segundo a mitologia ioruba, ele desceu do Orun (céu) para ensinar o homem a forjar o ferro, a criar os equipamentos necessários à agricultura e as armas de defesa. Ele tem sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca.

Nos cultos de matriz africana, Ogum não é o cavaleiro romano, com espada, capacete e escudo, como na imagem de São Jorge. Essa associação vem do sincretismo religioso, resultado de uma estratégia dos negros que chegaram ao Brasil como escravos. Impedidos de exercer a própria religiosidade, como tradicionalmente o faziam em terras africanas, os negros associaram Ogum ao santo católico com virtudes bem próximas das atribuídas ao orixá. Assim, Ogum foi identificado com São

Na Umbanda, Ogum é respeitado como aquele que sabe conquistar com bravura. É amado e temido. As energias de Ogum estão associadas ao progresso, ao avanço tecnológico. Ele abre os caminho, renova-se a cada instante com a força da evolução.
No Brasil, Ogum é festejado em 23 de abril — Dia de São Jorge. Na Umbanda, a cor predominante é o vermelho. No Rio Grande do Sul, os terreiros lhe atribuem as cores verde, vermelho e branco. No candomblé, azul-marinho é a cor de Ogum. Ele é reverenciado todas as terças-feiras. 

Para os Caminheiros de Santo Antônio de Pádua, as homenagens a Ogum têm uma expressão especial. É momento de reverenciar também Ogum da Floresta, o fundador da Casa, que incorporava na médium Antônia Lins. Foi ele quem estabeleceu todos os fundamentos dos Caminheiros e deixou um legado abençoado, que permite ao centro manter suas porta abertas quase todos os dias da semana para cumprir a principal missão da Umbanda: a prática da caridade.
Salve Ogum!
Salve Ogum da Floresta!
Ogunhê!!! 

Preces a Ogum

As sete espadas saíram da mata
Era Ogum! gritou o caçador
As sete espadas saíram do mar
Era Ogum! gritou o pescador
As sete espadas saíram da terra
Era Ogum! gritou o guerreiro
As sete espadas rasgaram o céu
Era Ogum! gritou Olorum
Eu andei por ruas desertas
e um manto azul me escondeu dos perigos
Eu andei por estradas longas
e um manto vermelho me cobriu dos inimigos
Eu andei por terras, asfaltos e mares
e um manto prateado afastou de mim o medo
Meu pai e poderoso Ogum!
Senhor das sete serpentes
Senhor dos sete anéis sagrados
Deito a teus pés no dia de hoje, e sempre
para em louvor agradecer a tua proteção!
Ogunhê!
Ogunhê!


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Salve Ogum, guerreiro de Oxalá. Orixá que abençoa seus filhos e os filhos de seus filhos. Pai destemido, Senhor da espada de fogo que corta todas as demandas conduza os que ama aos caminhos da prosperidade. Que em meus caminhos, possa eu, filho seu merecer as vossas bênçãos: a espada que me encoraja, o escudo que me defende e a bandeira que me protege. Meu Pai Ogum não me deixe cair e não deixe tombar.

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