ARTIGO:Umbanda e Espiritismo

Lucas Carnevalli
(Mundo Primitivo)


Amigos,

Hoje um assunto despertou o meu interesse, o preconceito com a Umbanda no meio espírita. Esses dias eu estava lendo dois livros “Tambores de Angola” e “Aruanda”, ambos do escritor Robson Pinheiro. Os dois livros abrangem um assunto complexo e de difícil compreensão, a meu ver. Após uma análise profunda, eles me fizeram chegar a seguinte conclusão: Só vai existir preconceito se não existir conhecimento. O que isso quer dizer?

Primeiramente vamos explicar o assunto dos livros, ambos falam sobre o Espiritismo e a Umbanda. É criado um relacionamento entre as duas “linhas”, tratam de assuntos da Umbanda que no meio espírita ainda hoje sofrem preconceito.

Umbanda… Doutrina mágica que revela tantos saberes e desperta tantos preconceitos. Dois romances que penetram nesse universo para desmistificar a figura ditos caboclos, pretos-velhos, exus, elementais, seres da natureza entre outros, entidades tão mal compreendidas. E principalmente nos mostram que para o bem não há fronteiras.

O meu conhecimento em relação a esse assunto vem crescendo cada dia, mas é claro que tinha a época que eu era totalmente “crú”, vamos dizer assim. Após vários estudos vamos adquirindo conhecimento e o caminho vai se abrindo, a mente não fica criando idéias fixas nos tornando um verdadeiro ortodoxo.

Mas o que é ser ortodoxo? O espírita ortodoxo é aquele que têm o conhecimento das obras de Kardec, mas as utiliza como base única, ou seja, apesar de serem os fundamentos do espiritismo, as utilizam unicamente, apesar da evolução da literatura do século 19 para cá. O espírita que não enxerga as práticas de trabalho, o amor e paz da Umbanda é considerado ortodoxo, pois está se fixando somente nos seus conceitos atuais em vez de se atualizar aos diversos temas espiritualistas e adquirir uma melhor compreensão.

Lembremos que Kardec não falou “Fora do Espiritismo não há Salvação”… é como Chico disse:

“Se Allan Kardec tivesse escrito que ‘Fora do Espiritismo não há salvação’, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu ‘Fora da Caridade’, ou seja, fora do Amor não há salvação.” (Chico Xavier)

Nós espíritas, pois me considero um, além de apreciar a Umbanda, precisamos entender que ser Espírita não é ter religião e sim possuir um método de trabalho com base no amor. Religião possui líderes, templos, dogmas… Já o trabalho espírita é livre, é possível exerce-lo em qualquer lugar independente de qualquer coisa. O Espiritismo veio para nos ajudar, para nos ensinar a viver. Uma ciência ampla que responde todos os nossos questionamentos, nos deixando com uma visão ampla, profunda, racional da vida.

Infelizmente, ainda hoje existem vários espíritas que têm um preconceito ou até um receio em relação à Umbanda e o uso dos seus métodos. Esse preconceito, receio, é devido à falta de compreensão, a falta de conhecimento.

“As reações de medo e preconceito, consequente discriminação, vêm do desconhecimento. Quando cessa a ignorância, dissolve-se a fantasia, e o demônio perde o rabo e o chifre.” (Trecho: Capítulo. Salada de Religiões, Livro.  Aruanda – Robson Pinheiro)

Vamos estudar, trabalhar e ajudar a enriquecer o espiritismo. Nós espíritas precisamos nos atualizar, as obras do Kardec são a base, mas vieram novos conceitos trazendo mais abrangência, novos métodos de trabalhos…”Fora do estudo não há salvação.”

O Robson Pinheiro escreveu outro livro, “Corpo Fechado” que também faz parte da coleção “Segredos de Aruanda”, esse eu ainda não li, mas logo logo estarei lendo. Uma coleção que nos ajuda a entender e perder o preconceito com a nossa Umbanda, um mundo cheio de luz. No livro “Aruanda”, no capítulo Epílogo, o último capítulo, têm um debate sensacional falando do tema discutido aqui, vale a pena a leitura.

L.V. Carnevalli

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