PROTESTO CONTRA O RACISMO NA CÂMARA
Nesta segunda-feira (1 de abril), a partir das 14h, haverá mais um protesto contra o fundamentalismo, a homofobia, o racismo, o preconceito e a intolerância religiosa na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados. Para a maioria das pessoas, é inconcebível que um pastor racista, homofóbico, preconceituoso e intolerante religioso seja mantido à frente da comissão.
Recentemente, o deputado evangélico, que comanda a CDHM, orientou os fiéis de sua igreja a reagirem contra o projeto de lei que criminaliza a homofobia. Na prática, um estímulo a atitudes contra os homossexuais, como se eles não fossem serem humanos merecedores de todo o respeito. A orientação sexual de um indivíduo não autoriza ninguém a agredi-lo, não o torna um cidadão merecedor de desprezo. Ele é um cidadão como qualquer outro.
Há pouco tempo, a maioria de vocês deve se lembrar, o Supremo Tribunal Federal entendeu como legítima a união homoafetiva. Foi um longo julgamento, que se traduziu como um lição de direitos humanos mais espetaculares da história daquela Alta Corte. O relator da ação, o então ministro Ayres Brito, deixou claro, em seu voto, que, em nada, a relação homoafetiva afetava as heterossexuais.
Na ocasião, o Supremo cumpriu o papel que caberia ao Congresso Nacional. O Parlamento tem, entre outras obrigações, o dever de traduzir em normas legais os pactos já existentes e consolidados na sociedade. Impossível negar as relações homossexuais ou torná-las invisíveis como pretendem muitos. A homossexualidade existe e não é algao recente. Trata-se de uma relação secular. Não há exagero dizer que existe desde a formação da humanidade.
Portanto, não há motivos para discriminar os homossexuais, os negros, os indígenas e outros segmentos que, em vários momentos, são rotulados de minoria. Ainda que fossem parcela minoritária da sociedade, isso não lhes tiraria a condição de cidadãos, merecedores de todo respeito e dos quais se deve cobrar apenas obediência às leis vigentes, resultantes dos muitos pactos firmados em sociedade.
Todos, indistintamente, são seres humanos e, portanto, devem ter seus direitos, a individualidade, a orientação ou a opção sexual, a religiosidade, a tradição cultural respeitados.
As religiões de matriz africana, diferentemente da maioria das outras, acolhe todos os indivíduos. Não questiona a sua opção sexual. O importante é fé, a conduta moral, a atitude frente ao próximo, o respeito, a solidariedade. A intimidade das pessoas somente a elas diz respeito. E todos, sem qualquer distinção, são filhos de Deus, pois umbandistas e candomblecistas compreendem que nem sequer uma folha se desprende do calho se assim Deus não permitir.
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