Transformando a terra em jardim

No mundo existem pessoas que alardeiam o que irão fazer e nem sempre o fazem. E outras que simplesmente agem, de forma silenciosa.Essas são realmente as pessoas operosas e que são úteis à humanidade, ao planeta.

Recordamos de um empresário bem sucedido, baiano, que adotou o Rio de Janeiro como seu segundo lar, por conta da beleza deslumbrante que o impressionou, quando de uma visita, ainda na juventude. Por ter nascido no meio rural, convivido com a natureza, incorporou o hábito de separar sementes e mudas e plantá-las onde pudessem crescer livremente.Tornou-se um autodidata da botânica e sua esposa, Satica, filha de imigrantes japoneses, a ele se aliou.


Em 1993, o casal iniciou o plantio de mudas próprias da mata atlântica, no costão leste do Pão de Açúcar, tendo em vista a carência de vegetação nesse local. No entanto, não bastava plantar. Era necessária a manutenção. E o casal, então, subia e descia o morro, incansavelmente, retirando o insistente capim colonião, que brotava entre as lascas de pedra, de difícil manejo. Também carregando água, a fim de garantir a sobrevivência das mudas, principalmente em épocas de estiagem.

Sete anos depois, foi a vez do morro Cara de Cão, um acidente geográfico incluído em área de proteção ambiental.O senhor Nóbile Bulhões e a esposa deram início ao plantio, recuperando espaços degradados e colocando, no lugar de touceiras de capim, árvores que trariam mais alegria à natureza, flores e frutos.Em dezenove anos, foram plantadas mais de doze mil mudas de pau-brasil, ipê, jequitibá, jatobá, pitomba. No Pão de Açúcar já se transformaram em árvores frondosas, que trazem sombra, ar puro e paz para os animais locais.

Nóbile lembra que, ao chegar com as primeiras mudas de pau-brasil, foi interpelado por um policial que duvidava que ele e a esposa conseguissem êxito na sua empreitada.Não cresce nada nesta pedra. Só capim, disse o policial. Mas Nóbile rebateu: Se eu consegui plantar no sertão, consigo aqui também.

Sua tenacidade venceu. Hoje, aos 75 anos, ao lado da esposa de70, ao contemplar seu trabalho de formiguinha, afirma, com voz pausada e bem educado: Somos apenas voluntários, cuja recompensa é vermos o fruto de nosso trabalho florescer. Já pudemos presenciar várias árvores floridas e outras cheias de frutos, que alimentam pássaros. A nossa alegria é termos a certeza de que contribuímos um pouquinho para a natureza do nosso planeta.

*   *   *

Miremo-nos neste exemplo; um trabalho voluntário, quase anônimo, que começava antes de o dia clarear e só acabava à noite.
E continua até hoje.
Pensemos em como podemos auxiliar nosso planeta a ser um lugar melhor para hoje e para o futuro, fisicamente falando.
Um mundo sustentável, de ar puro, mata abundante, praias limpas.
Pensemos nisso e coloquemos mãos à obra.

Fonte: Redação do Momento Espírita

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