Umbanda é homenageada na Câmara dos Deputados



12 de novembro de 2012: Plenário da Câmara dos Deputados tomado
por umbandistas e candomblecistas  em homenagem ao Dia Nacional da Umbanda

"A aprovação da Lei 12.644, pela presidenta Dilma Rousseff, representa um marco importante na luta pelo fim do preconceito contra as religiões de matriz africana. Com o estabelecimento do Dia Nacional da Umbanda, o Brasil reconhece a importância desta religião brasileira, que mistura os santos africanos e católicos com os espíritos indígenas, e que tanto foi perseguida e discriminada em nosso país! O preconceito com as religiões de matriz africana precisa acabar! Sessão solene, de iniciativa do deputado Vicentinho (PT-SP), nesta segunda-feira (12), homenageou o dia Nacional da Umbanda e teve a presença de entidades religiosas de todo o país! Salve todo os pretos-velhos, caboclos e orixás que vieram abençoar esta festa e axé para todos nós!".

O comentário acima é da deputada Érika Kokay (PT-DF) postado na sua página no Facebook. Tão logo chegou à Câmara dos Deputados, ela buscou a construção de uma frente parlamentar em defesa dos terreiros de Umbanda e Candomblé. Militante, desde o início do seu mandato na Câmara Legislativa do DF, em defesa da religiosidade de matriz africana, ela deu mais ênfase a essa luta ao chegar no Congresso Nacional.

A semana começou com uma cerimônia inimaginável, tempos atrás, na Câmara. Parlamentares, dirigentes de terreiros das diferentes vertentes da Umbanda e do Candomblé e adeptos da religiosidade de matriz africana tomaram conta do plenário da Câmara dos Deputados. Os tambores rufaram em homenagem à Umbanda, que nesta quinta-feira, 15 de novembro, completa 104 anos. 

Em 1908, no Centro Espírita Nossa Senhora da Piedade, em São Gonçalo, município de Niterói, no Rio de Janeiro, o Caboclo Sete Encruzilhadas, incorporado no médium  Zélio Fernandino de Moraes, então com 17 anos, dirigiu a primeira sessão da religião.Estava lançado os pilares de uma religião brasileira, que amalgamava elementos africanos, indígenas, católicos e de outras expressões de fé, com a finalidade de difundir a prática da caridade. Mais de um século depois, em meio a uma onda de violência e intolerância, a Umbanda é reconhecida pelos Poderes Executivo e Legislativo. O 15 de novembro, data da Proclamação da República, ganha mais um significado para expressiva parcela do povo brasileiro. Agora, é também o Dia Nacional da Umbanda.

O Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua, uma casa de Umbanda, fundada há 41 anos na capital da República, expressa o seu contentamento com a decisão da presidente Dilma Rousseff de sancionar a lei, uma iniciativa gestada na Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), sob o comando da ministra Luiza Bairros. Deseja a todos os brasileiros indistintamente, umbandistas, candomblecistas e de todas as demais expressões de fé, paz, saúde, compreensão e luz, para que todos sejam iluminados e, irmanados no respeito às diferentes crenças, consigam construir um consenso em torno de uma cultura de paz. Não têm qualquer sentido o uso da violência, do preconceito e da discriminação em busca de uma hegemonia religiosa quando todos vivem em um estado laico, cuja principal característica é a diversidade e pluralidade de crenças, raças e cultura.

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