Festa para a Umbanda no Congresso Nacional
Passado o Dia de Finados (2/11), começou a temporada de
mobilização das comunidades afrodescendentes e de terreiros de Umbanda e Candomblé
em todo o país. Novembro é um mês especial para esses dois segmentos da
sociedade brasileira.
Mas, nos últimos 10 anos, esse processo vem, aos poucos,
sendo quebrado por um conjunto de políticas públicas direcionado ao que se
convencionou chamar de “minoria” étnica. Diferentemente do que ocorreu no fim
do século 19, logo após a edição da abolição da escravatura, quando foram
largados à própria sorte, hoje, os negros estão mais aptos para disputar em pé
de igualdade as várias oportunidades de ascensão que o desenvolvimento
socioeconômico do país propiciou.
Os regimes de cotas para negros nas universidades vêm
imprimindo um ritmo mais acelerado a essa transformação. Espera-se que, no
próximo dia 20, a presidente Dilma anuncie a adoção do sistema de cotas para os
concursos públicos destinados ao preenchimento de vagas nos diferentes órgãos
federais. A combinação educação e emprego permite a sociedade brasileira dar um
largo passo rumo à reparação de quase dois séculos de profundas injustiças
sociais e econômicas impostas à população afrodescendente. Possibilitará avançar
na construção da verdadeira democracia racial, que, até então, sempre foi uma
farsa no país.
Homenagem federal
Na próxima segunda-feira (12/11), a Câmara dos Deputados
antecipará as homenagens ao Dia Nacional da Umbanda, instituído oficialmente
pela presidente Dilma Rousseff como 15 de novembro. Em 16 de maio deste ano,
ela sancionou a Lei no 12.644, que criou a data. O projeto, aprovado
pelo Congresso Nacional, foi uma iniciativa do próprio governo federal. A iniciativa aprovada foi proposta pela Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Tradicionais de Terreiro.
A Umbanda, uma religião brasileira, que amalgama elementos
das religiosidades africana, indígena, católica, a doutrina kardecista e outras
práticas, surgiu no Centro Espírita Nossa Senhora da Piedade, em São Gonçalo,
município do Rio do Janeiro, em 15 de novembro 1908. Lá, o Caboclo Sete
Encruzilhadas, incorporado no médium Zélio Fernandino de Moraes, lançou os
fundamentos basilares da Umbanda. Daí em diante, a religião se espalhou pelos quatro
cantos do país e alcançou vários outros países em diferentes continentes. Após
104 anos, a Umbanda ganha reconhecimento público e oficial.
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