Lamentos não conquistam respeito



Muitíssimo lamentável. Há tempos vimos, por meio do blog, combatendo esse tipo de comportamento, que agride a religiosidade afro-brasileira. A Umbanda e o Candomblé são alvos frequentes da hostilidade de outras religiões de matriz europeia. Os frequentes artigos publicados no blog, no entanto, não têm muita audiência. 

Embora seja legítimo lutar pela integridade física dos animais, é lamentável perceber que as pessoas, muitas delas umbandistas e candomblecistas, não têm o mesmo interesse em relação à luta diária por respeito à nossa religião. Elas não se somam à batalha, não tomam conhecimento daquilo que publicamos em defesa dos terreiros e não dão importância às atitudes insurgentes contra as agressões que adeptos Umbanda e do Candomblé sofrem pelos neopentecostais e por alguns católicos fanáticos.

Nota-se que muita gente não assume a sua religiosidade, pois ela é confundida com práticas delituosas, que, nem de longe, têm qualquer sentido para a Umbanda. Essa omissão fortalece os agressores da religiosidade de matriz africana. Eles sabem que a nossa reação será pífia e, assim, cada vez mais se revelam mais violentos contra nós. 

Os Caminheiros não são favoráveis às reações na mesma proporção. Mas defende que nos imponhamos frente a esses ataques e exijamos respeito. E quando a nossa exigência, justa e legal, não for atendida, devemos recorrer às forças de segurança do Estado, aos fóruns de direitos humanos, à Justiça e arrancar esse respeito, com base na legislação vigente. Hoje, o racismo é crime inafiançável. Isso não foi algo concedido. Foi conquistado por todos aqueles que, inconformados com a discriminação pela cor da pele, denunciaram e lutaram para que uma lei fosse aprovada.

Nós, umbandistas, temos a nosso favor a Constituição Federal de 1988 e não fazemos uso desse direito. Daí, ficarmos chocados com imagens e atitudes como as que vemos na capa desse jornal. Isso não basta. É preciso ficar indignado e denunciar essa agressão ao nosso direito de liberdade de culto e de religião, como assegurado na Carta Magna do nosso país.

Enquanto não conseguirmos nos unir para forma uma ampla e robusta frente contra esses ataques, vamos continuar lamentando, mas não conquistaremos o respeito a que temos direito.

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