Rede Afrobrasileira denuncia a Igreja Universal
A Rede Afrobrasileira Sociocultural, coordenada pelo irrnão Alexandre de Oxalá, ingressou com uma representação por dano moral coletivo contra a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) no Ministério Público, nas secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República. A iniciativa foi motivada pelos panfletos distribuídos pela Iurd cujo conteúdo demoniza os orixás da Umbanda e do Candomblé, e concita os fiéis, às sextas-feiras, a realizarem “a quebra das 7 linhas do mal”.
Cada panfleto faz referência a um orixá paramentado como no
Candomblé. O abominável comportamento da Iurd vem sendo seguido por outras
igrejas evangélicas, que têm usado os
mesmos panfletos em suas páginas nas internet. Soma-se a esse fato, o recente
livro, de autoria do megaempresário Edir Macedo, dono da Rede Record e de
outros veículos de comunicação e líder da Iurd, que compara os orixás e seus
seguidores ao demônio (para saber mais leia http://oscaminheiros.blogspot.com.br/2012/08/irmaos-e-preciso-reagir.html).
Edir Macedo prega o ódio contra as religiões de matriz africana, além de
afrontar a democracia e a Constituição Federal.
Alexandre de Oxalá recomenda que todos os terreiros de todos
os estados e do Distrito Federal adotem o mesmo procedimento de denunciar a
Iurd por dano moral coletivo. Na semana passada, o blog dos Caminheiros enviou
a lista de site e blogs que ofendem os umbandistas e candomblecistas à
Ouvidoria da Seppir. Nesta terça-feira, fomos informados que os referidos
sítios virtuais estão sendo analisados pelo órgão.
Diante das agressões, injúrias e difamações, os umbandistas
e candomblecistas não precisam revidar com a truculência típica dos
neopentecostais, que, há anos, adotam o vandalismo como instrumento para eliminar
a prática da religiosidade de matriz africana. Mas é fundamental recorrer às
instituições do Estado brasileiro, a fim de garantir os interesses e direitos
das comunidades de terreiro. Se aceitarmos passivamente as agressões é possível
supor que os neopentecostais têm razão, e umbandistas e candomblecistas estão
errados. É fundamental romper com o autopreconceito e lutar, sem trégua, para
que as religiões de matriz africana sejam respeitadas como as demais formas de
expressão de fé.
Antes mesmo da queixa a Rede Afrobrasileira chegar às autoridades, um dos sites da Igreja Presbiteriana em Pedra Grande, no município mineiro de Almenara, saiu do ar. O site reproduzia os panfletos da Igreja Universal e incitava os fiéis a agirem contra as comunidades de terreiro
Comentários