Agefis fecha 10 terreiros de umbanda e candomblé sem documentos no DF



Sem alvará de funcionamento, eles foram fiscalizados por causa
do barulho.Presidente de entidade afirmou que locais não fazem atividade econômica

A Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) fechou 10 terreiros de umbanda e candomblé em Planaltina nos últimos dias. Eles não tinham alvará de funcionamento e, segundo o órgão, foram fiscalizados porque vizinhos reclamaram do barulho.

Após ser notificado duas vezes, o terreiro de Mãe Noeli de Ossanhi, em Planaltina, foi interditado em fevereiro. Os atabaques estão cobertos e não podem ser tocados. O documento entregue pela Agefis diz que o local exerce atividade econômica sem alvará de funcionamento.

Segundo a Central das Religiões de Matriz Africana do DF, a Afrocom, existem em Planaltina mais de cem terreiros de candomblé e umbanda e pelo menos dez foram notificados. A presidente, Mãe Neuza de Souza, ficou incomodada com a classificação dos templos como locais de atividade econômica. “Não fazem atividade econômica, são filantrópicos”, afirmou.

A Agefis informou que a lei distrital de licença de funcionamento, de 2009, classifica os templos religiosos como exercício de atividade econômica. Por isso, eles também precisam de alvará de funcionamento.

Terreiros que não apresentarem o documento serão fechados. Pais e mães de santo reclamam da dificuldade para conseguir a documentação. A Administração Regional de Planaltina não estaria mais expedindo o alvará. O administrador diz que o documento só é emitido se for apresentado também o habite-se, que muitos imóveis não têm.

Fonte: G1 DF, com informações do DFTV


COMENTÁRIO DO BLOG

 Cumprimento do dever ou intolerância velada?

Será que a mesma providência será tomada em relação às igrejas  que funcionam em quadras residenciais no Plano Piloto e, principalmente, nas regiões administrativas? Hoje, a cidade está tomada por templos instalados em casas ou em áreas comerciais e não é preciso nenhum grande esforço para constatar essa nova realidade que conspira contra o projeto urbanistico as cidades e distorce a finalidade dos espaços destinados à moradia. Será que haverá uma caça aos terreiros de umbanda e candomblé do Distrito Federal, levando em conta a grande influência dos evangélicos na administração pública? Se a ação da fiscalização se sustentou no barulho, o que não dizer dos hinos entoados e transmitidos em potentes caixas de som em área residencial? Não se constitui, igualmente, poluição sonora?

Comentários

Caboclo Brasileiro disse…
Realmente é uma vergonha a forma que somos tratados pelo poder público.
Esse senhor que governa o Distrito Federal é muito sem noção. A AGEFIS chama o foco para os templos de Candomblé e Umbanda enquanto isso a cada dia vão surgindo novas invasões assim como novas igrejas evangélicas (principalmente neopentecostal) vão sendo abertas em áreas residenciais, comerciais e até mesmo nessas invasões que o governo deveria coibir através da sua AGEFIS.
Se não bastasse a saúde, a segurança, a educação, o laser que são de péssima qualidade, agora querem acabar com aquilo que nos fazem suportar tantas dores de viver em uma sociedade injusta - que é a nossa fé a nossa religiosidade.
Querem calar as nossas vozes, silenciar os nossos atabaques, emudecer nossas preces e cantos. Não podemos deixar isso acontecer! Antes de mais nada somos cidadãos de bem por isso convoco a todos os irmãos e irmãs de fé para responder, principalmente, nas urnas.
Eu sinto muita vergonha dos nossos governantes!

Caboclo Brasileiro
creusa disse…
Concordo com o comentário anterior. Por que a AGEFIS não fecha ou autua as inúmeras "igrejas" que se multiplicam como se um negócio fôssem. Aliás diga-se de passagem que realmente é um negócio. Duvido que eles tenham alvará. Não podemos aceitar realmente essa discriminação. Sugiro que esses terreiros que foram destruídos busquem no MP o apoio necessário. Isso não teria acomtecido se tivêssemos uma instituição forte para nos defender.

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