Meio ambiente também é tema para umbandistas

 O Brasil, mais uma vez, será sede de uma ampla discussão sobre as questões ambientais. O encontro de representantes da maioria dos povos do planeta ocorrerá em junho, no Rio de Janeiro, na Conferência Rio + 20. Antes de ser um debate sobre a perspectiva puramente ambiental, o encontro tratará da sobrevivência da terra, ou seja, a vida de todos os seres que aqui vivem. Avançamos muito na consciência ambiental. Parcela expressiva da humanidade está convencida de que sem a preservação do patrimônio ambiental — nascentes, mares, terra, florestas e animais — estaremos fadados ao desaparecimento. 

O consumo exagerado de produtos extraídos da natureza é uma enorme ameaça à vida. A devastação das florestas implica perda de plantas e animais que nem sequer foram avaliados pelos cientistas. Pior: menos vegetação, menos água. Mais indústrias para atender à demanda por produtos, maior é o aquecimento global, que se manifesta por meio das inundações em períodos de chuvas ou por longas estiagens capazes, igualmente, de produzir tragédias, com perdas de muitas vidas.

Os umbandistas, como de resto todas as pessoas, têm enorme responsabilidade frente aos alertas constantes que as autoridades e cientistas estão fazendo frente aos modelos equivocados de desenvolvimento que afetam a nossa vida e comprometem a existência das gerações futuras. E por que os umbandistas têm tamanha responsabilidade? É da exuberância da natureza que os praticantes e seguidores buscam, muitas vezes, os lenitivos para suas dores. Os banhos de ervas, os defumadores e muitos outros produtos usados nos fundamentos da prática da religiosidade. Estamos falando das matas de Oxóssi, das folhas de Ossãe, das pedreiras de Xangô, os rios da Oxum, dos lagos de Nanã, dos mares de Iemanjá.

Há, portanto,  uma associação profunda entre as forças dos orixás e tudo que a natureza oferece à humanidade. Ignorar o avanço da destruição do patrimônio ambiental, não contribuir para ampliar o debate sobre o tema ou não adotar atitudes para preservar a vida no planeta seria o mesmo que virar as costas para relação mística que há entre os orixás e a natureza. Seria negar a nossa religiosidade e o direito ao exercício da cidadania. Não devemos nos satisfazer com “meio ambiente”, mas exigir e lutar por um ambiente inteiro em defesa da vida e da nossa fé.

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