Domingo, dia de festejar Xangô

 Kawó Kabiesilé!!!
Venham ver o rei!!!

Essa é a tradução da saudação iorubana a Xangô, o rei de Oyó, território africano que corresponde à Nigéria. Neste domingo, 2 de outubro, a partir dos 19h30, os Caminheiros de Santo Antônio de Pádua estarão com suas portas abertas à espera do rei, das suas magníficas energias e proteção, e, ao mesmo tempo, vão agradecer por todas as suas bênçãos generosas que contemplou a todos ao longo do último ano e por toda a história da Casa.

Xangô, guerreiro, impetuoso, viril e justiceiro, benevolente, pai e protetor. Com os machados de dois gumes (ochê), o filho de Oranian, enfrenta os ladrões e malfeitores e defende seus filhos. De acordo com as lendas, Xangô enfrentrou grandes batalhas para a expansão do seu reino, Oyó. Em uma dessas lutas, Xangô teria vencido o malês, negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em árabe. Embora vitorioso, Xangô decidiu homenagear os derrotados e adotou um dos hábitos dos malês e, assim, aboliu a carne de porco do seu cardápio. Essa é apenas uma das muitas lendas que envolvem esse magnífico orixá, cuja força e energia são protetoras de seus filhos e seguidores.

Segundo pesquisadores e escritores, como Pierre Fatumbi Verger, que viveu na Bahia, e o professor titular do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo e doutor em sociologia Reginaldo Prandi, autor do livro Mitologia dos Orixás, há muitas outras lendas que falam dos poderes de Xangô.

Como orixá, é cultuado na maioria dos terreiros umbandistas e candomblecistas.Trata-se uma herança dos negros de diferentes nações trazidos ao Brasil na condição de escravos. Para os nagôs, ele é Xangô. Entre os jejes é reconhecido como Sobô ou Sogbo. Para os fanti-ashanti, é Badé ou Queviocô. Na nação tapa, é donominado Conucon. Entre o povo bantu, é chamado de Cambãranguangue, Zaze ou Kubuco. Existem outras variações, dependendo da nação,mas em comum está a associação de Xangô à Justiça. Além do machado de dois gumes, outro símbolo de Xangô é a estrela de seis pontas, que significa o equilíbrio do universo. Suas cores são o marrom e vermelho. Quarta-feira é o dia da semana dedicado a esse orixá.

Xangô é reconhecido por diferentes nomes. No Brasil, em razão do sincretismo religioso, ele está associado a diferentes santos católicos. Essa associação ocorre em razão das diferentes qualidades de Xangô, que, por sua vez, estão relacionadas às várias lendas que existem sobre o orixá,que exaltam suas virtudes e vitórias em grandes batalhas.
Pela sua sabedoria, Xangô (Xangô Ogodô ou Xangô Velho) é identificado com São Jerônimo, o erudito doutor da igreja latina, cuja festa é em 30 de setembro. Ele dança com o ochê (oxê). Xangô-Airá, velho e alquebrado, veste-se de branco com barras vermelhas e corresponde a São Pedro, festejado em 29 de junho. Xangô de ouro ou Xangô Menino (Ani-Xangô) está associado a São João e é festejado em 24 de junho. Xangô Aganju é identificado com São Miguel Arcanjo e é comemorado em 29 de setembro.

Kawó Kabiesilé!
Venham ver o rei!

Esse é o convite que os Caminheiros de Santo Antônio de Pádua renovam a todos os devotos da Umbanda para que prestem, hoje, a partir das 19h30, suas homenagens a esse grande orixá, cujas energias ligadas aos raios, ao fogo, às pedras nos fortalecem e nos defendem das injustiças e das maledicências. Venha participar com os Caminheiros desse momento de alegria e principalmente de agradecimento a esse poderoso orixá, que tanto invocamos e que sempre nos socorre nos momentos difíceis com sua sabedoria, bondade e força.
Salve Xangô! Kawô Kabiesilé! Venham ver o rei!


Programação
Festa de Xangô
Domingo, 2 de outubro
Horário: a partir das 19h30
Local: EQNO 1/3, Lote A, Setor O de Ceilândia
Telefone: 3585-1924



Preces a Xangô

Senhor de Oyó.  Pai justiceiro e dos incautos.  Protetor da fé e da harmonia.  Kaô
Cabecile do Trovão.  Kaô Cabecile da Justiça.  Kaô Cabecile, meu Pai Xangô.  Morador
no alto da pedreira.  Dono de nossos destinos.  Livrai-nos de todos os males. 

De todos os inimigos visíveis e invisíveis.  Hoje e sempre, Kaô meu Pai.

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Poderoso Orixá de Umbanda,
Pai, companheiro e guia.
Senhor do equilíbrio e da justiça.
Auxiliar da Lei do Carma,
Só tu, tens o direito de acompanhar pela eternidade,
Todas as causas, todas as defesas, acusações e eleições,
Promanadas das ações desordenadas, ou dos atos impuros e benfazejos que praticamos.
Senhor de todos os maciços e cordilheiras,
Símbolo e sede da tua atuação planetária no físico e astral.
Soberano Senhor do Equilíbrio, da equidade,
Velai pela inteireza do nosso caráter.
Ajude-nos com sua prudência.
Defenda-nos das nossas perversões,
Ingratidões, antipatias, falsidades,
Incontenção da palavra e julgamento indevido dos atos
Dos nossos irmãos em humanidade.
Só Tu és o grande Julgador.
Kaô Cabecilê Xangô.

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