Solidariedade espírita na noite de Brasília


Um grupo de moças e rapazes bem jovens chamou a atenção pela diferença que faziam, na noite de sábado (24/9), diante do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Na mala do carro, cestos de pães e garrafas térmicas com café e leite. Eles distribuíam um lanche para os pacientes e moradores de rua que, horas a fio, aguardavam por atendimento no serviço de pronto-socorro.

Aproximei-me deles e perguntei quem era. “Somos espíritas e uma vez por semana fazemos esse trabalho”, respondeu uma moça morena, com sorriso largo, esbanjando simpatia. Tímida, ela pediu ajuda da companheira para melhor explicar o trabalho que realizavam. Ao lado, outra moça disse que o grupo era denominado “Evangelho no lar”. Apresentei-me como umbandista e, de imediato, um rapaz disse que também eram e abriu um sorriso.

Na rápida conversa, eles revelaram que buscam, como os Caminheiros, um espaço para edificarem o centro deles. Em poucas palavras, disse que a caminhada seria árdua, como foi a do centro. Em respostas, ouvi deles uma demonstração de fé: “Deus nos encaminhará”, afirmou a mais descontraída do grupo, que se posicionava como uma líder de todos os demais jovens.

Segundo ela, provisoriamente, eles se reúnem em uma casa na Quadra 2 do Núcleo Bandeirante. O importante, deixou claro, é levar os ensinamentos do Evangelho Segundo o Espiritismo às pessoas. Mas o gesto da noite de sábado ia um pouco além do alimento para a alma. Expressava altruísmo e solidariedade com os mais desprovidos e que estão submetidos às agruras e descaso do poder público com os que dependem da rede pública de saúde e são submetidos a condições subumanas nos serviços de emergência.
(Rosane Garcia)

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