A paz é possível

As religiões, em um mundo tão conturbado pela violência, têm a obrigação de ser artífices da construção de uma cultura de paz e não espaço para fomentar a beligerância entre os seres humanos. Há muito, com veemência, este blog combate a intolerância religiosa protagonizada pelos neopentecostais contra os terreiros de Umbanda e Candomblé. Sabemos que essas manifestações não são, em sua maioria, orientação dos dirigentes das igrejas evangélicas tradicionais, que tiveram formação teológica. Apesar de não aceitarem as religiões de matriz africana, eles têm, por formação acadêmica, respeito pelas diferentes práticas religiosas. Os neopentecostais caça-níqueis, exploradores dos ingênuos e humildes, têm um comportamento bélico contra umbandistas e candomblecistas.
No fim de semana, encontramo-nos com uma evangélica. Pessoa alegre e fervorosa evangélica. Entre os muitos temas, a religião acabou sendo o centro de conversa. Mesmo admitindo que não tinha formação acadêmica e muito menos domínio sobre a filosofia do espiritismo, aquela evangélica reconheceu que há espaço para qualquer religião, principalmente em um país com tamanha diversidade cultural e étnica como o Brasil. Reconheceu que supor que exista apenas um caminho para adorar a Deus é uma arrogância inimaginável. "O que importa é agir de acordo com os ensinamentos de Jesus", disse ela.
A mesma irmã, ao saber das ações violentas dos neopentecostais, concluiu que eles estão contrariando todos os ensinamentos bíblicos, que defendem a paz entre os homens e recomendam que façamos ao próximo aquilo que desejamos para nós mesmos.
A conversa não se estendeu por muito tempo. Mas a compreensão da irmã sintetiza com simplicidade o que defendemos há várias edições, em resposta aos ataques que os terreiros de Umbanda e Candomblé sofrem pela atitude insana de neopentecostais, que se movem guiados pelo espírito do vandalismo. A paz é possível, desde que os neopentecostais se convertam aos ensinamentos de Jesus.

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