Censo 2010. Momento de revelar a sua fé

Em 1º de agosto deste ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) colocará nas 230 mil pessoas para coletar os dados sobre a realidade do Brasil. Assim, começará o 12º Censo Demográfico, que mostrará um grande retrato da população brasileira e de suas características socioeconômicas. Essas características incluem a religiosidade do povo brasileiro. Será que os espíritas, umbandistas e candomblecistas são minoria mesmo? Será verdade que os católicos e evangélicos estão em disputa pela hegemonia religiosa no país? Muitas outras perguntas serão respondidas com a conclusão do censo demográfico. Mas no que se refere à religiosidade, umbandistas e candomblecistas têm grande importância para definir esse traço no futuro retrato do Brasil. Para isso, é preciso que não haja qualquer constrangimento no momento de responder às indagações do recenseador. É fundamental que afirmemos, sem timidez ou vergonha, que somos adeptos e praticantes de uma religião de matriz africana (umbanda, candomblé ou outra derivada do mesmo ramo). Somente assim será possível dar um passo firme para conquistar o respeito dos outros segmentos religiosos e do poder público que insistem em desqualificar umbandistas e candomblecistas, como se os adeptos das religiões de matriz africana fosse cidadãos de quinta categoria.
Ao encontrar com o recenseador é preciso ter uma atitude altiva e afirmativa da nossa fé. Será o momento de dizer a verdade.
A ausência de orgulho de ser umbandista ou candomblecista abre brechas para que a intolerância religiosa conquiste espaços e avance com truculência sobre os terreiros de Umbanda e Candomblé, e o Estado brasileiro se mantenha omisso diante da violência que a intolerância propaga.

SÍMBOLOS

Embora o Brasil não tenha nenhuma religião oficial, os símbolos católicos estão nos espaços públicos. Dessa forma, parece que todos os cidadãos brasileiros são católicos. Isso não é verdade. Umbandistas e candomblecistas existem. O sincretismo, mecanismo de defesa dos negros escravos para preservar a prática religiosa original nas senzalas, não eliminou os símbolos tradicionais. Ao contrário. Manteve viva a fé nos orixás e agregou a possibilidade de difusão dessa prática, tornando-a mais popular por meio dos santos católicos.
No entanto, hoje, vivencia-se uma cruzada, patrocinada por reacionários neopentecostais, que busca eliminar com violência os terreiros de Umbanda e Candomblé.
Nesse cenário, que tem como pano de fundo a incoerência daqueles que pregam a palavra de Jesus, emerge um amplo debate: Não é hora de abolir todos os símbolos religiosos em espaços laicos, considerando que o Brasil, entre suas principais características, é uma país plural e de ampla diversidade religiosa e cultural? (Expresse a sua opinião na enquete ao lado).

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