Umbandistas vão às ruas contra vandalismo evangélico

Representantes de vários segmentos das religiões de matriz africana vão às ruas neste domingo (14/6),em frente ao templo Tasar Antal Kóczé, em Jacarepaguá, em defesa da liberdade de culto e do cumprimento da Lei 7716/89 (Lei Caó), que estabelece punição aos atos de intolerância religiosa. Em menos de 15 dias, a fúria dos neopentecostais destruiu dois centros de umbanda no Rio de Janeiro. O último ataque ocorreu quinta-feira (11/6), quando os vândalos destruíram a Tenda Espírita Idecê de Odê [Templo Tasar Antal Kóczé], na Estrada do Gabinal, em Jacarepaguá. O bando depredou todas as instalações, destruiu imagens, urinou e defecou em várias partes da casa. A dirigente da Casa, Dolores de Lima Monteiro, registrou queixa na 32ª Delegacia de Polícia, em Jacarepaguá, e o crime de intolerância religiosa será investigado.

No dia 2 de junho, quatro evangélicos invadiram o Centro Cruz de Oxalá, fundado há 80 anos, com sede na Rua Bento Lisboa, no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro, e destruiu várias imagens sobre o altar. Na fila de entrada do centro, o bando evangélico começou a provocação dos umbandistas. Empurraram as pessoas e acusavam a casa de ser “coisa do diabo”. Quando conseguiram entrar, os vândalos avançaram sobre o altar e destruíram várias imagens, provocando um prejuízo estimado em R$ 20 mil pelos dirigentes do centro. O grupo foi preso em flagrante pelos soldados do 2º Batalhão da Polícia Militar.

O delegado Fábio Pereira, da 9ª Delegacia de Polícia (Catete), informou que os quatro evangélicos foram autuados por crime contra o sentimento religioso e liberados depois de se comprometer a comparecer à audiência no 1º Juizado Especial Criminal de Botafogo. De acordo com o Código Penal, pena para os vândalos pode ser de detenção de um mês a um ano, ou multa, podendo ser aumenta em até um terço se houver emprego de violência.

Os dirigentes do Centro Cruz de Oxalá avisaram que ingressaram com ação na Justiça contra os invasores por danos morais e materiais.

Procurado pela equipe de reportagem do site G1, o pastor Tupirani, responsável pela Igreja Geração Jesus Cristo, condenou o ataque de fiéis da igreja ao Centro Cruz de Oxalá. “Fiquei muito surpreso. Eles não deviam ter feito o que fizeram, não incentivamos esse tipo de atitude”, disse, assegurando que os quatro integrantes são “exemplos dentro da igreja”.

[Fontes: G1 e Redação SRZD]

Comentários

creusa lins disse…
Precisamos nos precaver diante de tanta violência e intolerância, buscando na união meios legais para nos impor. Felizmente, no DF não temos notícias sobre atitudes semelhantes às que estão ocorrendo no RJ. Mas fiquemos atentos.

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