Exigência para evoluir

Entre os muitos ensinamentos atribuídos a Oxalá (Jesus Cristo) está aquele que diz "não cobiçarás as coisas alheias". Ou seja, não sentirás inveja. A cada um de nós foi dado um conjunto de virtudes e defeitos. Ambos são importantes para o equilíbrio e, ao mesmo tempo, enormes desafios na nossa caminhada no plano terreno.

Preservar e aprimorar as virtudes e transformar os defeitos qualidades é uma exigência para a nossa evolução espiritual. A vida é uma oportunidade para que sejamos vitoriosos nessa verdadeira batalha interior. O triunfo ou as derrotas são sentidos por meio do nosso comportamento e atitudes.

As nossas ações espelham para o mundo exterior o que se passa no nosso interior, como vemos o outro, quais os nossos sentimentos em relação à vida e ao próximo.Transformar nossos sentimentos rasteiros e mesquinhos -- inveja, ambição desmedida, ódio, rancor, arrogância, prepotência e muitos outros -- em virtudes e expressá-los em mudanças concretas na maneira de se comportar com as outras pessoas não é algo fácil.

Mas é essa mudança nos é exigida a cada momento. Caso contrário, qual o sentido de nos dizermos espírita? Qual o significado da doutrina e dos ensinamentos que recebemos, se não transformamos o conhecimento em ação em favor do outro? Qual o propósito de entrarmos no terreiro e nos dispormos a servir a espiritualidade em favor do próximo? Não estaríamos nos enganando? Não estaríamos nutrindo o sentimento da falsidade não só com os espíritos, mas nós mesmos?

Esquecemos de medir as palavras aos nos dirigirmos aos irmãos mais próximos. Não nos importamos se as nossas atitudes irão magoar ou ferir aquele que está ao nosso lado. E deixamos escapar a nossa inveja da virtude ou do dom que foi concedido ao outro.Nos perdemos nos nossos sentimentos rasteiros, quando deveríamos aprimorar as nossas virtudes para que venhamos a torná-las mais fortes e brilhantes, a ponto de ofuscar ou eliminar nossos defeitos.

Raciocinamos e agimos de forma equivocada e supomos que o correto seria reduzir o outro para nos tornarmos maior. Engano. Pura ilusão. Essas atitudes apenas somam para nos colocar cada vez mais distantes da filosofia, da doutrina e dos ensinamentos da Umbanda e do Espiritismo. Construímos com as nossas atitudes o caminho inverso ao da evolução espiritual.

É essencial refletir e permanentemente fazer uma autocrítica das nossas atitudes e palavras. Rever valores. Buscar dentro de cada um de nós nossas qualidades, com humildade e verdade. Corrigir nossa trajetória de vida a cada passo errado. Como avaliar o outro - se é que temos esse direito - se não somos capazes de sequer enxergar nossas limitações?

É hora de refletir e tornar real um outro grande ensinamento de Oxalá: "Faça ao outro aquilo que gostaria que lhe fosse feito".

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