8 de março - Dia Internacional da Mulher

Inconformadas em ganhar um terço do salário pago aos homens e obrigadas a cumprir uma exaustiva jornada de trabalho de 16 horas diárias, as operárias de uma industrial têxtil, em Nova Iorque, Estados Unidos, entraram em greve e ocuparam a fábrica. Elas foram fechadas na fábrica e um incêndio provocado matou, ao menos, 130 delas. Era 8 de março de 1857.
Em 1910, uma conferência internacional de mulheres, na Dinamarca, decidiu homenagear aquelas mulheres e instituiu o 8 de Março como Dia Internacional da Mulher. Desde então, todos os anos, as mulheres vão às ruas reivindicar políticas públicas que as reconheçam com atores sociais tão importantes quanto os homens. Cobram equidade de gênero nas relações trabalhistas, serviços de saúde compatíveis com suas necessidades, a eliminação da violência, o fim da discriminação, da exploração sexual, do preconceito e muitos outros direitos que, no dia-a-dia, lhe são negados.


Na Umbanda, as mulheres têm espaço privilegiado. Não há qualquer impedimento para que sejam dirigentes. E, na maioria dos cultos afrodescendentes, as mulheres têm papéis definidos no ritual religioso.
O Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua foi fundado por uma mulher. Antônia Lins expressou em sua trajetória força, persistência, fé , amor e dedicação à defesa da Umbanda e dos ensinamentos espíritas. Não há como dissociar a casa da sua imagem, do seu exemplo de devoção e de luta para construir um espaço digno à prática da umbanda. Insurgiu-se contra todas as barreiras, alcançou seu objetivo e a missão que lhe fora dada pela espiritualidade. A sua maior arma foi a fé incondicional em Deus e na espiritualidade, amparada pelo seu guia, Ogum da Floresta. Hoje, aos 38 anos, os Caminheiros são uma referência da prática umbandista, orientada pelo princípio maior: “Fora da caridade não há salvação”.

As mulheres são maioria nos centros espíritas, nas mesas kardecistas e também nas casas de candomblé. A figura da mulher mãe extrapola o ambiente doméstico e chega aos centros espíritas. As dirigentes são confundidas com a figura materna e assim são respeitadas pelos médiuns e seguidores das religiões de matriz africana. É a mãe, a educadora, a acolhedora, expressão de carinho, amor, fraternidade e de vida. É sua energia que alimenta, que move e espiritualiza.

Na Umbanda ou no Candomblé, o feminino é compreendido e venerado. Nanã, Oxum, Iemanjá, Iansã são os orixás femininos, aos quais devota-se enorme respeito. Apela-se sempre às forças e aos poderes das mamães Oxum, Nanã, Iemanjá e Iansã. E é a todas elas que, neste 8 de Março, rogamos paz, saúde, proteção e prosperidade para todas as mulheres do mundo. Que tenham força e ânimo diante das suas frentes de luta e sejam, sempre, instrumento para a construção de um mundo melhor, mais evoluído e afinado com os desígnios e a vontade de Oxalá.

A todas as mulheres, a homenagem dos Caminheiros
de Santo Antônio de Pádua por mais este 8 de Março.

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