XANGÔ


Kawó Kabiesilé!!!
"Venham ver o rei!!!". Essa é a tradução da saudação iorubana a XANGÔ, o rei de Oyó, território africano que corresponde à Nigéria. Filho de Oranian, Xangô carrega o oxê (ochê), um machado de dois gumes, instrumento que utiliza para fazer a justiça e também para punir os adversários.
Impetuoso, viril, guerreiro e justiceiro.

Xangô castiga os mentirosos, os ladrões e malfeitores. Daí, a associação desse grande orixá com a Justiça. Como guerreiro, contam as lendas, que ele esteve à frente das grandes batalhas para a expansão de Oyó.

Em uma dessas lutas, Xangô teria vencido o malês, negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em árabe. Embora vitorioso, Xangô decidiu homenagear os derrotados e adotou um dos hábitos dos malês e, assim, aboliu a carne de porco do seu cardápio. Essa é apenas uma das muitas lendas que envolvem esse magnífico orixá, cuja força e energia são protetoras de seus filhos e seguidores.

De acordo com pesquisadores e escritores, como Pierre Fatumbi Verger, que viveu na Bahia, e o professor titular do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo e doutor em sociologia Reginaldo Prandi, autor do livro Mitologia dos Orixás, há muitas outras lendas que falam dos poderes de Xangô.

Como orixá, é cultuado na maioria das nações africanas, cujos representantes foram trazidos ao Brasil na condição de escravos. Para os nagôs, ele é Xangô. Entre os jejes é reconhecido como Sobô ou Sogbo. Para os fanti-ashanti, é Badé ou Queviocô. Na nação tapa, é donominado Conucon. Entre o povo bantu, é chamado de Cambãranguangue, Zaze ou Kubuco. Existem outras variações, dependendo da nação. Há outras variações, mas em comum está a associação de Xangô à Justiça
Assim como Xangô é reconhecido por diferentes nomes.

No Brasil, em razão do sincretismo religioso, ele está associado a diferentes santos católicos. Essa associação ocorre em razão das diferentes qualidades de Xangô, que, por sua vez, estão relacionadas às várias lendas que existem sobre o orixá, em razão das suas virtudes e batalhas. Pela sua sabedoria, Xangô (Xangô Ogodô ou Xangô Velho) é identificado com São Jerônimo, o erudito doutro da igreja latina, cuja festa é em 30 de setembro.
Ele dança com o ochê (oxê). Xangô-Airá, velho e alquebrado, veste-se de branco com barras vermelhas e corresponde a São Pedro. Xangô de ouro ou Xangô Menino (Ani-Xangô) está associado a São João e é festejado em 24 de junho. Xangô Aganju é identificado com São Miguel Arcanjo. A literatura sobre a Umbanda e o Candomblé revela que existem outras qualidades de Xangô, mas não é o que importa nesse momento.

Data: 30 de setembro
Dia da semana: Quarta-feira
Cores: marron, vermelho
Saudação: Kao-kabecile

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