Intolerância, velho e triste comportamento

Hoje, entre os muitos temas incluídos na pauta das religiões de matriz africana, indiscutivelmente, a intolerância está no topo da lista. Embora o Brasil seja reconhecido pela diversidade cultural, religiosa e pluralidade étnica, ainda enfrentamos forte oposição às liberdades de credo, de expressão e abominável racismo. Mas esse comportamento não é novo na sociedade brasileira. Na última segunda-feira, as religiões de matriz africana rememoraram o triste episódio conhecido como Quebra de Xangô, ocorrido em 1912 (há 103 anos). Abaixo, a reportagem publicada no site www.alagoas24h.com.br:

‘O Quebra dá nomes aos responsáveis
por maior evento de intolerância’, diz Pai Célio


Por Railton Teixeira

Há 103 anos do evento que fechou os templos de religiões de matriz africana em Alagoas, conhecido como "Quebra de Xangô", os adeptos do Umbanda e Candomblé se reuniram na tarde desta segunda-feira (2/2), para rememorar e nomear os responsáveis pelo que é considerado o maior ato de intolerância religiosa do Estado.

O Quebra de Xangô ocorreu em 1º de fevereiro de 1912 e é conhecido popularmente como o ‘Quebra’. De acordo com o babalorixá Pai Célio, o episódio teria sido marcado por um ato político para se tentar derrubar o então candidato ao governador do Estado.

“Eu tenho vergonha de andar pela principal avenida do Estado e ela ser em homenagem ao responsável por essa atrocidade, infelizmente, Fernandes Lima foi o responsável pelo fechamento dos terreiros e, inclusive, pela morte de Tia Marcelina”, destacou pai Célio.

Ainda de acordo com Pai Célio, as ordens para a execução do Quebra teriam saído do Palácio do Governo, e, esse seria o motivo para que os adeptos das religiões de matriz africana saem todos os anos em cortejo para a praça. “Para que desta forma não ocorra novamente, pois o então o senhor Fernandes Lima achou que conseguiria nos silenciar”, destacou.

O cortejo se reuniu na Praça Dom Pedro II, em seguida saiu ao som dos afoxés e maracatus pela Rua do Sol, parando no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGA), logo após pararam e realizaram atos na Praça dos Martírios.

“Celebramos e celebramos alto. Acreditamos que desta forma iremos fazer valer a constituição que diz que o Estado é laico, mas infelizmente é dirigido por pessoas da religião judaico/cristã”, finalizou Célio.

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