2015 exigirá mais união dos terreiros
Dirigentes e adeptos das religiões de matriz africana no Congresso Nacional |
Em Brasília, estamos conseguindo sensibilizar os meios de comunicação. O indicativo essa mudança veio com a reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense (o maior da capital federal), em 18 de janeiro, intitulada “Dos terreiros vem a fé”. O texto faz balanço sobre a comunidade de terreiro do DF, denuncia os problemas enfrentados pelas entidades e aborda um pouco da história das casas entrevistadas. (clique no link para acessar o PDF da reportagem https://docs.google.com/file/d/0Bw_fY0K6rI4OTXM2V3VnZVNTYkRfUUMtMllmSWtaUXNaNEhB/edit)
O movimento contra os terreiros é capitaneada pelos evangélicos neopentecostais. Eles miram não somente nas casas de Umbanda e Candomblé. Agridem o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais). Não poupam os negros, por eles, considerados “malditos”. Em resumo: os neopentecostais têm como ofício de fé a intolerância religiosa, a homofobia e o preconceito racial.
Mas a firme decisão de enfrentar o preconceito de cabeça erguida, de desconstruir as associações equivocada e de ganhar as ruas e os espaços institucionais vem mudando a visão da sociedade em relação às religiões de matriz africana. Cada vez mais, a classe média busca os terreiros. No exterior, a Umbanda e o Candomblé conquistam seguidores na Europa e nos Estados Unidos.
Congresso conservador
Hoje, os terreiros se deparam com uma conjuntura adversa no Congresso Nacional. Estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) revela que o parlamento é o mais atrasado desde 1964: economicamente liberal e socialmente conservador. A bancada evangélica diminuiu, mas, nem por isso, perdeu força. Ao contrário, aliada de primeira hora dos ruralistas e do poder econômico, os neopentecostais crescem em poder. No Distrito Federal, eles deram demonstração de poder sobre o governo socialista, eleito e outubro passado. Conseguiram barrar a criação da subsecretaria LGBT. Este ano a batalha para manter e avançar nas conquistas das comunidades de terreiro não será fácil e exigirá de todas mais união.
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