Causa e efeito

Cineasta André Marouço divulga em Bauru seu segundo longa-metragem no gênero espírita
 
O cineasta André Marouço diz que o filme tem como mensagem
explicar as causas atuais e anteriores das aflições humanas

Por Marcus Liborio

O cineasta André Marouço lançará nesta quinta, em circuito nacional de cinema, ‘Causa e Efeito’, seu segundo longa-metragem com a temática espírita. A produção independente, distribuída pela Paris Filmes, aborda a lei de Causa e Efeito, mensagem codificada pelo espírita e filósofo Allan Kardec: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”.

“Causa e Efeito” é um drama e conta a história de Paulo, um policial civil que levava uma vida tranquila. Em um dia de lazer, um motorista alcoolizado atropela e mata sua esposa e o filho de seis anos. Revoltado com a Justiça, que absolveu o autor do crime, Paulo torna-se um justiceiro.

Contratado para dar fim a uma garota de programa chamada Madalena, ele se sensibiliza com a história dela e coloca-se em fuga com a mulher. Durante a trama, o casal se apaixona e, juntos, reajustam suas condutas de vida, auxiliados por um trio de religiosos: um padre, um pastor e um espírita. “Ao longo da história, eles alcançam o amor, a paz e a iluminação”, conta Marouço, que esteve em Bauru, semana passada, para divulgar o lançamento do longa.

Integram o elenco os atores Matheus Prestes, Naruna Costa, Maurycio Madruga, Maritta Cury, Luiz Serra, Henrique Lisboa, Haroldo Serra, Felipe Mônaco, além de participações especiais de Henrique Pagnoncelli e Rosi Campos. O filme é uma parceria da produtora cearense Estação Luz Filmes com a paulista Mar Revolto Produções.
“A Agência Nacional de Cinema (Ancine) aprovou orçamento de R$ 1,6 milhão para a execução da obra, porém, desse montante, somente R$ 150 mil foram disponibilizados. Já o restante da verba partiu de patrocinadores”, disse o cineasta. Segundo Marouço, só é possível contabilizar o valor real do filme após o lançamento, quando é definida a quantidade de salas para exibição da obra.

A gravação durou um ano e meio. As cenas foram rodadas entre 1 de maio e 7 de julho do ano passado, nas cidades de São Paulo, Guarulhos, São Caetano, Ribeirão Pires, Guararema e Fortaleza. Marouço se mostrou animado com a estreia. “Temos a melhor expectativa possível, pois há quase três meses estamos trabalhando na divulgação da obra. Já fomos em umas 20 cidades brasileiras e o trabalho nas redes sociais está sendo muito positivo, fora a comunidade espírita, que abraçou o filme e também vem nos ajudando muito”, comemora.

A estreia em Bauru ainda não foi definida. Porém, quem se interessar pode buscar informações no site www.associacaochicoxavier.com.br, que irá divulgar a programação do filme na cidade. Veja o trailer através do endereço eletrônico https://www.youtube.com/watch?v=9jnL9fOLm7Q

Novo gênero

Em 2011, André Marouço lançou seu primeiro filme com a temática espírita: “O filme dos Espíritos”, longa que ganhou prêmio de melhor roteiro no Sesc Melhores Filmes. “Se tornou o 10º filme mais assistido daquele ano”, completou o cineasta.

Diante dessa prerrogativa, ele não pensou duas vezes ao dizer que o tema espírita “é um novo gênero do cinema”.

“Seja o cinema transcendental, espírita ou espiritual. Não importa o nome que se dê a ele. É uma obra cinematográfica que não se atém a trazer respostas apenas materiais, mas, também, traz a continuidade da vida após a morte. Foram seis filmes espíritas no Brasil e todos sucessos de bilheteria”, comemora.

O gênero do espiritismo em obras cinematográficas brasileiras, segundo Marouço, é “mais do que uma tendência”.

“É, acima de tudo, uma busca do público, indiferente de sua religiosidade. Percebemos que nem todos que vão ao cinema ver esse tipo de filme são espíritas. Conheço muitos católicos, budistas e evangélicos que apreciaram a obra, justamente por encontrarem respostas racionais sobre as dúvidas existenciais humanas”, explica o cineasta.

Mensagem

De acordo com o cineasta André Marouço, além de entreter, o filme tem como mensagem principal mostrar a lei de Causa e Efeito, que explica as causas atuais e anteriores das aflições humanas. Outro ponto importante, segundo Marouço, é o ecumenismo. “Os três ‘mocinhos’ do filme são o padre, o pastor e o espírita. Mesmo tendo convicções distintas, o amor é os une. A obra de amor dos três, frente às necessidades humanas, é maior do que as suas crendices individuais”, explica.

Deficit de salas

O principal desafio a ser superado pela produção independente de filmes no Brasil, na opinião do cineasta André Marouço, é o número de salas de cinema disponíveis no país. “O Brasil tem poucas salas, comparando com países de primeiro mundo. Além disso, a maior parte dessas salas é dominada por produções norte-americanas”, lamenta.  O que ameniza a estatística, de acordo com Marouço, é a cota de salas para exibir filmes nacionais, que o Ancine é obrigado a disponibilizar. “O cinema é uma importante forma de apresentarmos a nossa cultura para o mundo todo. Para fazer isso, porém, temos que fazer bem feito dentro de casa. Para fazer bem feito, precisamos de salas”, critica.

Fonte: www.jcnet.com.br

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